04 avril, 2021 Fode-me com força, cabrão!
Quando o habitual dominador é dominado.
Nada me aguça mais o tassalho que uma gaja que se solte na cama e deixe a devassa sair. Quando julgas que trouxeste para casa um pincher e de repente dás de caras com um rotweiller capaz de te arrancar o nabo à dentada, esse é um daqueles raros momentos que te leva a questionar sobre a existência de uma entidade superior da fodanga que te agracia com uma dádiva aqui e ali. A expressão "as caladinhas são as piores" teve origem num caso destes: certo dia, um filósofo francês engatou uma gentil camponesa que se dedicava a apanhar borboletas com uma rede e assim que chegou ao quarto levou com deux dedos no le cu que até gritou "sacre bleu".
Confesso que não apanhei muita devassa ao longo do meu incessante percurso na auto-estada da vida sexual. Porque a devassa, tal como algumas doenças venéreas, é uma coisa que só percebemos que apanhámos quando os sintomas aparecem: olhos esbulgalhados, dirty talk, movimentos de anca demoníacos, porrada no focinho e uma rata que mais parece uma estação de tratamento de águas residuais? Parabéns, o senhor apanhou devassa na piça. Podemos argumentar que se consegue cheirar a foda em algumas mulheres (e homens) e concordo absolutamente com essa afirmação. Existem, de facto, algumas pessoas que se consegue ouvir a cilindrada do motor de foda de competiação mesmo com ele desligado.
Mas todos os apreciadores de cona como deve ser sabem que as melhores trufas são as que estão debaixo de terra, não são as de viveiro e uma devassa escondida é precisamente isso: uma trufa que precisa de ser cheirada por um porco para aparecer. Normalmente apresentam um ar frágil e dócil, aquele look de quem não parte um prato, evitam olhar as pessoas nos olhos e são, por norma, pessoas introvertidas ou com algum asco a socializar. Mas assim que entram no quarto e percebem que se podem soltar... socorro - grita a vossa piça.
Mete-se em cima de ti, beija-te como se o mundo fosse acabar e mama-te no caralho como se fosse insulina e ela a maior diabética que há memória. Um gajo nestas alturas até devia pedir o cartão do cidadão para ter a certeza que é a mesma pessoa com quem esteve nas últimas horas, mas não vale a pena usar as mãos para mais nada do que dar umas bofetadas no cu da menina nesse momento. Quando uma gaja destas se solta, não há volta a dar e é aproveitar a viagem na montanha-russa o máximo possível.
Quando se ouve "fode-me com força, cabrão" vindo da pessoa que olhou de lado porque disseste "foda-se" quando pisaste uma poia de um cão na rua, o mundo até parece que ganha uma nova tonalidade. Percebam do efeito que tem a expressão "fode-me com força, cabrão" na mente de um gajo: começa por dizer "fode-me" que é uma coisa que por norma as pessoas gostam, depois acompanha de "com força" que é outra coisa que os homens gostam e ainda mais se elas gostarem e termina com "cabrão" que é uma espécie de injúria em tom de desafio para que a foda seja, realmente, dada com força como ela gosta.
Se alguma vez apanharam uma galdéria deste calibre e não ouviram o "fode-me com força, cabrão" podem dar a noite como perdida, meus caros.
Até quarta e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.