11 juillet, 2021 É errado roçarmo-nos nas gajas (que não conhecemos)
Síndrome de roça-roça.
Eu sou o primeiro a dizer que adoro um bom roçanço (esta palavra existe?) de piça no cu de alguém ou, até mesmo, o roçanço destemido numa crica também ela destemida. Mas estes dois tipos de roça-roça têm algo em comum, ambos partilham de uma característica que os define: sempre que o fiz, conhecia a pessoa em questão. Naqueles raros casos em que não sabia o nome do cu em questão, foi porque o próprio se aproximou do meu nabo em marcha-atrás como que a apresentar-se e a dar-se a conhecer. O mundo do roçar é não-verbal onde a linguagem corporal ganha destaque e diz a boa educação que só devemos usar o nabo para falar com um cu se ele mostrou interesse e disponibilidade para tal.
É impossível de quantificar o número de mulheres que diariamente são alvos de um aparentemente inocente roçar de piça na nalga. É na rua, nos transportes públicos - especialmente em transportes públicos - é onde quer que haja um cu e um caralho de um tipo sem noção. E para estes gajos, qualquer cu serve, são uns verdadeiros democratas da nalga, pois este momento de roça-roça é o mais próximo de uma foda que conseguem dar. Quão desesperado tem de estar um homem para andar a roçar a braguilha no rabo de uma gaja que vai a caminho do emprego?
Estas pessoas criam esta fantasia na cabeça delas de que não estão a fazer nada de errado. Que é um crime sem vítimas. Eu discordo, pois é a minha espécie que está a ser julgada pelos comportamentos destes atrasos de vida. No fundo, se um gajo roça numa gaja sem ela se aperceber é como se fosse o meu cu que estivesse ali a levar com um tarolo semi-duro numa carruagem de Metro da Linha Azul de tão fodido que me sinto quando penso nisso. Qual é a gratificação sexual que se tira disto? Expliquem-me, caralho. Dá tusa roçar no cu de uma gaja, até aí percebo. Mas e depois? Qual é o cenário ideal pós-roçanço? "Ah, se eu passar com o meu caralho ao de leve no cu desta estranha, pode ser que ela queira foder comigo!". Aposto um colhão - aliás, aposto os dois e mais um de quem está a ler - de que isto nunca aconteceu.
Talvez não haja um propósito para além do de se roçarem. Será o roça-roça tanto o início, meio e fim deste acto "sexual" de uma via apenas? Só pode. Mas está errado. É errado usar um cu alheio sem a sua permissão, no entanto, será isso também parte da tusa do roçador? Percebo, mas não aprovo. Se vamos procurar uma explicação lógica para todos os comportamentos errados que podemos ou não ter com outras pessoas, então mais vale mandarmos os telemóveis para o rio, usarmos peles de leopardo e voltarmos a viver em cavernas.
E quando não corre bem ao roçador? Eu já assisti a isso. No Metro, uma gaja apercebeu-se que o Zé Tusas estava a passar-lhe com o bajolo ao de leve na peida e armou um pé do vento do caralho. Nem importa se ele estava a fazê-lo ou não, porque a partir do momento que uma gaja começa aos gritos a dizer que te estás a roçar nela, é game over (e têm quase sempre razão, seus nabos do caralho). Isto é fodido também para quem apenas deu um encosto involuntário numa tipa e é confundido com um "serial-roçer" de transportes públicos.
Sejam homenzinhos e parem de se roçar nas pessoas. Façam-se homens e ajam como deve ser: batam um punhetão quando chegarem a casa ou ao emprego a pensarem no cu ou mamas que viram no Metro. É assim que os verdeiros homens se comportam.
Até quarta e boas fodas.
Noé
Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.