08 juin, 2019 Consultório do Doutor X: viciado em pornografia?
Está aberto o consultório do Doutor X.
Caros pacientes
É com bastante alegria de alma que abro novamente as portas do meu consultório nesta tarde de sábado. Lembro que estou sempre contactável através do endereço de email consultoriodoutorx@gmail.com para onde pode (e deve!) enviar as suas questões. Na consulta de hoje temos um paciente que se acha viciado na velha arte da auto-satisfação.
Está aberto o consultório do Doutor X!
Cordiais saudações, Doc!
O meu nome é João Ratão e tenho 20 anos. Masturbo-me com bastante frequência desde os 14 e sempre achei que isso iria diminuir com a idade. A questão é que só tem piorado e chego a masturbar-me cerca de 7 vezes por dia. Já não sei se o faço por prazer ou por hábito, mas não consigo passar muito tempo sem me tocar. Faço-o constantemente em casa e no emprego. Já cheguei a fazê-lo na casa de amigos meus por não conseguir aguentar, sempre com recurso a pornografia no telemóvel. Estarei viciado? Como posso parar? (João Ratão, Évora)
Olá, João
Depreendo que o seu apelido seja uma homenagem à mítica fábula da Carochinha, se não for esse o caso, perdoe-me a indelicadeza. De facto, a facilidade no acesso à pornografia que ocorreu nos últimos anos trouxe vantagens e desvantagens. Contudo, mesmo antes deste acréscimo de acessibilidade de conteúdo sexual, casos como o seu eram bastante comuns. Será a masturbação prejudicial? Nem de longe, no entanto, como em tudo na vida, "o que é demais enjoa". Será aplicável à masturbação? Colegas meus podem divergir da minha opinião, mas a meu ver a masturbação torna-se prejudicial a partir do momento que interfere com o adulto funcional. Se o João deixa de efectuar certas acções (ex: trabalho, conviver com amigos, etc) devido à masturbação, concordo que existe de facto um problema. Se a questão se prende apenas com o número de vezes que o João se masturba, a questão não é tão fácil de interpretar devido a uma questão: o que é "masturbação excessiva"? Pergunte isto a cem pessoas e obterá cem respostas diferentes, daí não haver um consenso geral sobre um número de vezes que pode ser interpretado como "excessivo". Pessoalmente, prefiro focar-me na forma como isso afecta a vida pessoal e profissional - o chamado "adulto funcional" e não na quantificação do acto. Passemos a outra questão: a razão. Porque é que o João o faz? Por excitação ou por outro motivo? Será um escape para algo? Recomendo que o João reflicta neste aspecto, pois se o faz por prazer, não vou ser eu a dizer-lhe que deve parar devido a "A" ou "B". Deve, contudo, repensar a forma como o faz para não interferir com o "adulto funcional". Mas será por prazer? Cabe a si fazer esta questão a si próprio e encontrar uma resposta, pois é um acto tão pessoal que só o João conseguirá encontrar a verdadeira resposta. Em jeito de conselho final, não aceda a pornografia no telemóvel. Ponto. Não banalize totalmente um acto prazeroso que nada tem de errado, independentemente do número de vezes que se faça. Comece por aí e depois veja se existe alguma mudança no seu comportamento. Se precisar, escreva-me novamente para podermos continuar a analisar esta questão. Abraço.
Doutor X
Por hoje está fechado o consultório. Voltarei no próximo sábado para esclarecer mais leitores sobre este fantástico mundo da sexualidade humana.
Doutor X
O Doutor X está ao seu dispôr semanalmente para responder a todas as questões do foro íntímo, sentimental e sexual. Sem qualquer tipo de preconceito ou tabu ao longo da sua carreira profissional, o Doutor X já ajudou milhares de homens e mulheres no complexo mundo da natureza humana das relações e sexualidade. Tem alguma questão que gostaria de ver respondida no Consultório do Doutor X? Envie a sua dúvida para consultoriodoutorx@gmail.com.