17 février, 2021 Inquérito sobre os impactos da pandemia nxs trabalhadorxs do sexo
Uma pesquisa para identificar dificuldades e buscar soluções para quem precisa de ajuda.
Em parceria com Leandro Escort Porto e com o apoio do Colectivo Grupo Partilha d'a Vida e do MTS - Movimento dos Trabalhadores do Sexo, estou a realizar um inquérito que pretende confirmar quais são os impactos da pandemia de covid-19 sobre xs trabalhadorxs do sexo. A ideia é recolher dados para ver que medidas podem ser tomadas para ajudar as pessoas. Participa aqui!
Para perceber os impactos da pandemia de covid-19 sobre xs trabalhadorxs do sexo, principalmente do sexo virtual, foi desenvolvido um inquérito para coletar dados estatísticos para um trabalho que pretende mostrar a realidade económica e emocional de quem está a trabalhar de forma virtual.
O estudo foi construído por mim, Suzana F., em parceria com o Leandro Escort Porto, com o apoio do Colectivo Grupo Partilha d'a Vida e do MTS - Movimento dos Trabalhadores do Sexo.
As informações serão recolhidas até o dia 28 de fevereiro e o texto com os resultados será enviado para publicação até ao fim de Março.
Para preencher o inquérito, não são necessárias informações sobre a identidade ou dados pessoais - ele foi desenvolvido para ser preenchido de forma totalmente anónima.
Porque surge este inquérito
Vivemos uma nova realidade que impactou a nossa sociedade de diversas formas: restauração e turismo fechados, pessoas a perderem os seus trabalhos ou a terem quebras de rendimentos, pessoas sem moradia e sem comida, imigrantes a pedirem repatriamento, dentre tantos outros factos que são anunciados pelos media.
Entretanto, muito pouco é dito sobre xs trabalhadorxs do sexo, estes que vivem à margem da sociedade e que, com o actual panorama, se viram ainda mais desprotegidos.
Como trabalhar de forma presencial sem se exporem ao vírus e colocarem as suas próprias vidas em risco?
Como continuar a ter rendimentos a meio deste cenário?
A saída? O sexo virtual.
Um mercado ainda pequeno em Portugal que cresceu exponencialmente em número de trabalhadores durante a pandemia de covid-19. Mas ainda há uma certa resistência e desconfiança por parte dos clientes que procuram pelo sexo presencial.
Esta resistência e desconfiança fez com que alguns profissionais que migraram para o sexo virtual tivessem dificuldades em adaptarem-se e seguem a fazer atendimentos presenciais, mesmo a meio da pandemia, já que os rendimentos obtidos somente com o sexo virtual não são suficientes para que possam manter as suas despesas.
Este cenário, além dos efeitos económicos, também causou em algumas pessoas, doenças de fundo emocional como stress, depressão e ansiedade.
Assim, a motivação para o inquérito surgiu depois de conversas com outros profissionais que relataram quebras de rendimento e até mesmo problemas emocionais, principalmente durante os períodos de confinamento obrigatório.
A realidade não é igual para todos e importa entender quais as suas dificuldades para poder ajudar de alguma maneira.
Objetivos do inquérito
O objetivo do inquérito é quantificar, identificar dificuldades, avaliar a qualidade de vida destes profissionais durante a pandemia, dar voz a estas pessoas e buscar soluções viáveis para que se mantenham no mercado do sexo virtual, mesmo após a covid-19, se assim o desejarem.
Com os números e informações obtidas, serão estudados os impactos socioeconómicos e psicológicos causados pela pandemia.
Deste modo, os principais objetivos desta pesquisa são os seguintes:
- Conhecer os profissionais que trabalham com o sexo virtual em Portugal a nível de faixa etária, género e segmento profissional.
- Identificar dificuldades no trabalho sexual online.
- Levantar dados estatísticos para analisar quais os impactos causados nos rendimentos pela pandemia de covid-19 nestes trabalhadores.
- Traçar perfis e identificar quais grupos foram mais afectados.
- Verificar o quanto estes impactos tiveram efeitos na qualidade de vida, saúde física e mental dos trabalhadores sexuais que migraram para o sexo virtual.
- Avaliar dados para buscar soluções consoante as dificuldades apresentadas pelos indivíduos.
- Analisar e avaliar os impactos causados pela pandemia nestes trabalhadores e mostrar que cada indivíduo ou grupo vive realidades diferentes.
- Explicar através de textos que serão publicados na internet os motivos de alguns indivíduos não conseguirem adaptar-se ao trabalho online.
- Utilizar os dados coletados como pauta para textos informativos e de apoio ao trabalho sexual online.
Além dos objetivos citados acima, há também o intuito de ajudar estas pessoas a integrarem-se no mercado sexual online e informar sobre meios de conseguir apoios do governo em caso de emergências futuras.
Como vai ser feito o inquérito
O espaço utilizado para realizar essa pesquisa será o Survio, uma plataforma para criação de inquéritos online, na qual os indivíduos pesquisados poderão responder de forma rápida às questões de única escolha, múltipla escolha e abertas, sem a necessidade de se registarem e, assim, preservando o seu anonimato.
O inquérito é destinado a trabalhadorxs do sexo que já actuavam no sexo virtual e aos que migraram para este mesmo mercado durante a pandemia de covid-19.
Pretende-se recolher informações de até 100 pessoas, visto que o mercado do sexo virtual em Portugal ainda é pequeno.
A colecta de dados está a ser realizada desde o dia 10 de Fevereiro de 2021 até 28 de Fevereiro de 2021, podendo ser prorrogada se necessário.
Não há necessidade de inscrição para responder ao inquérito, apenas é necessário aceder ao link direto e responder às questões.
A execução de toda a pesquisa será feita de forma online através do site Survio.
Após a colecta, será feito um gráfico com os dados obtidos que será divulgado até ao dia 31 de Março de 2021 através da publicação de um texto com estas informações no blog do Classificadosx.net.
Obrigada, desde já, por participares!
Suzana F.
Suzana F. é mente aberta, observadora e crítica por natureza. Apaixonada por literatura, ama ler e escrever sobre sexo.