13 mai, 2022 Test Drive
Aproveitei a tarde primaveril de sábado para ir a alguns stands ver carros...
A sucata que é o meu carro resolveu dar-me uma dor de cabeça daquelas e, desta vez, o "stop" não desliga. Fui ver qual é a avaria e tenha de substituir a "borboleta". Não faço ideia do que é, mas custa 250 euros o arranjo - acho que já deu o que tinha a dar!
Aproveitei a tarde primaveril de sábado para ir a alguns stands ver carros. Usei a estratégia "drive thru". Passava e via se algum carro me enchia a vista.
Já tinha percorrido uns três e estava prestes a desistir quando vejo um Fiat 500 branco de 2018. Encostei a minha farrusca velha com o seu "stop" intermitente e vou namorar o típico "carro de gaja". Parecia mesmo o que eu queria - só faltava o principal: o preço.
- Boa tarde. Pode me dizer o preço do Fiat 500, por favor?
- Boas menina! Já ´tá vendido!
- Obrigado.
O vendedor estava ao telefone e deu-me a resposta de forma seca. Virei as costas - paciência! É procurar outro.
- Menina, menina... Espere! Tenho um carro bom para si!
Olhei para trás e observei melhor o vendedor - uma mistura de "macho man" com pintas, regado a azeite de oliva extra virgem!
- Tenho um Yaris perfeito para si. Vou mostrar-lhe. É de 2016, tem 84.000 Kms, um dono impecável! É a gasolina, mas isso, hoje em dia, ´tá ao preço do gasóleo.
- Qual o preço?
- 11.000 euros, mas fazemos financiamento sem entrada inicial.
- Posso fazer um "test drive"?
- Claro!
- Venha comigo e tente vender o carro...
Foi buscar a chave e voltou, aproveitando cada minuto para falar das maravilhas do carro, a velocidade, consumo... Eu fingia que percebia enquanto observava o corpo musculado que se fazia esconder por baixo de uns simples jeans e t-shirt, o sorriso e a barba de dois dias - todo um conjunto que não combina, mas que, estranhamente, o tornava desejável.
O teste já ia demorado e questionei se o preço era negociável. O vendedor respondeu-me que dependia. Não entendi, mas não me apetecia fazer mais perguntas. Senti o seu olhar na minha saia, subi-a ligeiramente e mordi o lábio.
Meti a quarta e senti a sua mão sobre a minha. Os nossos olhos cruzaram-se. Não prolongo muito mais a situação - reduzo a velocidade, quatro piscas e encosto à berma. Tiro o cinto e, sem dizer uma única palavra, sento-me no seu colo.
Desaperto o cinto e ele tenta-me beijar. Desvio a cara, disfarçando, inclino-me e tiro um preservativo da mala que rasgo com os dentes. Coloco-lho no caralho, desvio a cueca e sento-me sobre o pau - 23cm e grosso que senti a rasgar-me as entranhas!
Algumas cavalgadas e o cabrão que só queria beijinhos esporra-se em tempo recorde, sem eu me ter vindo. Foda-se!
Mantive-me em silêncio. Ainda tentou explicar-se, mas, simplesmente, perdi o interesse. Retomei a marcha de volta ao stand.
- Tem aqui a chave. Afinal, Yaris não é o meu tipo de carro. Bem haja!
Que fiasco! Tenho de me afastar destes lagares!