18 février, 2022 Foda da despedida!
Não precisei de receber a mensagem o barulho inconfundível do motor da mota rompendo o silencio da noite fez o anuncio vesti o roube preto de seda e fui para o quintal...
Trimmmmm...
- Estás aí? - 22:00
- Oi, estís aí? - 22:30
- Estás a dormir linda! - 23.30
Trimmmmmm...
Trimmmmmm...
- Oi, ligaste?
- Sim! Estavas a dormir?
- Sim! Que se passa?
- Estou na tua porta, já toquei, não abres... Queria falar contigo!
- Qual porta? Já não falamos há uns meses! Mudei de casa, já não moro aí. Vou-te mandar a localização. Avisa-me quando chegares para abrir o portão!
Não precisei de receber a mensagem, o barulho inconfundível do motor da mota rompendo o silêncio da noite fez o anúncio. Vesti o robe preto de seda e fui para o quintal abrir o portão. Sinalizei onde pores a mota e segui-te.
Tiraste o capacete, desapertaste o casaco de cabedal.
Por minutos, suspendi a respiração - um ano sem te ver, meses sem falar contigo e continuo a sentir o mesmo que há senti sete anos, quando te vi pela primeira vez, como se nada tivesse mudado.
- Gosto da tua nova casa! Tem um quintal bacano!
- Sim! Que querias falar comigo?
Não respondeu com palavras, os seus lábios tocaram os meus com aquele beijo de cortar a respiração, a mão direita com força na minha nuca. Agarrei o cachecol azul da Salsa que te dei há anos, cruzei e apertei com força até estremeceres.
Sorriste com ar de cabrão, viraste-me contra a parede, mordeste-me o pescoço, passaste a mão pelo meu corpo... Ouvi o abrir do fecho das tuas calças, senti-te encostar em mim, desviaste a cueca para o lado e enfiaste-o todo de uma vez.
Suspirei, estremeci, serrei os dentes para não gritar a cada investida tua!
Senti o meu coração a bater com mais força, o repuxo a explodir após me vir como da primeira vez.
Continuaste as investidas cada vez com mais força. Senti a tua respiração cada vez mais ofegante no meu ouvido, até sentir o teu calor dentro de mim.
- Mostras-me a casa por dentro?
- Não!
Ficaste surpreendido e afastaste-te.
- Não entendi!
- Quando quiser que venhas a minha casa, eu convido-te. O portão ficou aberto, podes ir embora.
- O que se passou agora aqui não muda o que aconteceu antes.
- Nada do que possas dizer vai mudar, podes ir embora, não quero ouvir.
Baixaste a cabeça, apertaste as calças, olhaste para mim uma última vez. Virei as costas, entrei em casa, encostei-me à porta enquanto te ouvi afastar.
Dói perder, mas não posso perder o que nunca tive e, no fundo, eu nunca te tive!
Adeus meu bonzão!
TugaEris