07 juin, 2021 Espero...
Não me consigo esquecer daquela noite...
Espero e desespero. A minha alma não se inquieta. O meu corpo muito menos. A espera deixa-me cada vez mais ansiosa e por vezes dou passos em falso. Não sei o que faço, apenas sigo o que o meu corpo me pede. A minha mente divaga e por vezes relembra-se de dois versos em particular do poema "Anseios" de Florbela Espanca na sua obra “A Mensageira das Violetas”...
[...]
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!
[...]
Não estendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!...
Relembro-me do poema de Florbela Espanca, pois é assim que termino a noite a soluçar na minha cela (o meu quarto) que nem um triste monge, que apenas seguiu o que sentia.
Traída, enganada de mil maneiras diferentes, entristecida, encosto a minha cabeça na almofada enquanto as lágrimas me escorrem pela face. Mais uma vez me deixei levar por palavras vazias, cheias de promessas que nunca seriam cumpridas. Inocentemente, acreditei. Mais uma vez, acreditei, pois via no seu olhar um pontinho de verdade. Queria tanto que fosse verdade cada palavra que me foi proferida.
A conexão com o Renato foi quase instantânea. Não esperava. Mas ingenuamente e por causa do seu sorriso sedutor, me deixei levar. As mensagens eram constantes, essas depois que se transformaram em longos telefonemas. A sua voz sedutora hipnotizava-me e eu nem tinha noção das horas a passarem.
Seria paixão que sentia? Não, nem por isso, apenas uma imensa vontade de estar perto dele. Estava cheia de vontade de sentir o seu corpo contra o meu.
Três meses de conversas fiadas até que finamente conseguimos encontrar espaço nas nossas agendas para um encontro. Finalmente, ia sentir o seu odor, conseguir tocar-lhe.
Encontramo-nos num bar junto da praia. A noite estava propícia para mais do que apenas conversas. Um calor absurdo que se transformou num forno assim que os nossos olhares se cruzaram. Senti que as minhas pernas me iam trair a cada passo que dava sobre aquele chão amadeirado e irregular.
Começamos por um café, mas o calor fazia apetecer algo mais.
- Não te apetece nada mais fresco?
Aceno-lhe num gesto afirmativo, a sua ideia foi fantástica, pois era mesmo o que me apetecia.
Chamou o empregado e pediu uma sangria bem fresca. Estava desejosa por ver o efeito que o álcool teria nele.
As minhas bochechas já me doíam tanto de estar constantemente a rir, e não conseguia parar de sorrir. Ele estava a hipnotizar-me e eu a deixar-me levar pela sua lábia.
Perto das três da manhã saímos do bar, mas as nossas ideias eram outras. Meti-me no meu carro e pedi-lhe para me seguir, pois eu conhecia um sitio mais acolhedor.
Ao chegarmos ao sitio desejado, ele sugeriu eu mudar-me para o seu veículo, pois era mais espaçoso. Eu aceitei a sua sugestão.
Ainda eu não me tinha sentado no banco já ele me estava a puxar para cima dele. Movimento audaz, mas bem recebido, pois aquele momento já tinha eu vivido em sonhos mais do que quarenta vezes. “Finalmente!”, pensei à medida que ele me ia subindo a saia.
Passou as suas mãos pelas minhas coxas terminando depois nas minhas nádegas, apertando-as fervorosamente enquanto me puxava na sua direcção, beijando-me ardentemente. As nossas línguas estavam num bailado que eu não queria interromper. Lambi e mordi aqueles seus lábios sedutores. Deixavam-me com água na boca. Não queria parar, mas a sua língua queria enfiar-se na minha boca.
As minhas mãos começam a desapertar-lhe os botões da camisa. As minhas mãos deambulam sobre o seu peitoral enquanto a minha boca vagueava pelo seu pescoço em direção à sua orelha. Enquanto eu estava entretida, ele passeava as suas mãos pelas minhas ancas e depois rabo, até que me começou a puxar a tanga para o lado e me começou a tocar.
A minha vagina estava mais que alagada a este ponto, o seu dedo deslizou que nem uma pedra de granito sobre o gelo, tal como acontece no desporto Curling. O seu dedo deslizou de tal forma que encontrou o meu interior sem grande esforço. Oiço-o gemer junto do meu ouvido. Aquele som deixa-me quente e desejosa por mais.
Não me consigo deter por muito mais tempo e começo a desapertar-lhe as calças. Quero expo-lo, sentir o calor do seu pénis contra o meu sexo alagado, ansioso. Ao coloca-lo livre daquelas vestes incómodas, as minhas mãos guiam o seu pénis ardente e duro até ao meu interior. Coloquei-o lentamente de maneira a sentir cada milímetro do seu mastro a penetrar-me.
Comecei com movimentos lentos, mas aos poucos não consegui mais segurar-me. Comecei a saltar que nem uma doida sobre ele, rodando por vezes a minha cintura sobre o seu glorioso pénis.
Não me consigo esquecer daquela noite. Do sexo que há tanto ansiava mas não tive hipótese de repetir mais vezes. Sexo escaldante e único, mas apenas me serviu para tirar a minha vagina do celibato imposto.
Comecei a gritar, prestes a atingir o clímax coloco uma mão no seu peito e outra nos seus cabelos ondulados. Ele pega-me com vigor nas ancas e faz com que as penetrações sejam mais bruscas, mais fundas. Só de pensar fico com a boca a salivar.
Inclino-me um pouco para trás, rodopiando a minha cintura, ele atira-se ao meu peito, lambuzando os meus mamilos. Quando estou prestes a atingir o orgasmo, pressinto que iria acontecer o mesmo ao Renato, ele agarra-me pela cintura ainda com mais força e afunda a sua cara nas minhas mamas. Chupa os meus mamilos e geme sobre eles.
Vidros embaciados, ar pesado e quente, cabelos despenteados, roupas amassadas e respirações desequilibradas - foi assim que terminamos a nossa memorável noite.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...