23 Mayo, 2015 Uma orgia de sexo, sangue e disco
"G.I. Jane" numa batalha erótica contra um batalhão de pénis.
O videoclip de "G.I. Jane (Fill Me Up)" apresenta uma verdadeira orgia de sexo, sangue e disco - uma reinvenção do velho lema "Sexo, Drogas & Rock´N Roll". A excentricidade electrónica de Jackson and His Computerband ganha um toque especial com esta batalha erótica liderada por uma heróina com curvas ao estilo "Manga".
Este videoclip é o resultado de um trabalho de dois meses que envolveu cinco animadores e foi uma ideia do duo Mrzyk & Moriceau, um casal de artistas que partilha a vida e a arte profissional e que são confessos admiradores da música do produtor parisiense Jackson Fourgeaud, AKA Jackson and His Computerband.
Petra Mrzyk, uma alemã de 42 anos, e Jean-François Moriceau, um francês de 41 anos, têm predilecção pelos traços a preto e branco e apresentam uma perspectiva pop muito peculiar nos trabalhos que concebem.
Esta parelha criativa tem participado em diversas colaborações com vários artistas em outros videoclips, mas também fazem ilustrações para aplicações para iPhone, para bilhetes de comboio, livros, tatuagens e até genéricos de filmes. Têm também feito exposições das suas criações em diferentes cidades do mundo, de Barcelona a Nova Iorque.
No videoclip de "G.I. Jane (Fill Me Up)", Mrzyk & Moriceau deixam transbordar influências Manga num ambiente de eroticismo pop que aborda o tema controverso do "empoderamento" feminino, ou "o poder do feminismo", conforme destaca Jean François Moriceau no site Nowness.
"Claro que se pode ver o poder do feminismo no filme. Mas, em primeiro lugar, queremos entreter."
Na citada publicação o artista frisa ainda que Jackson Fourgeaud lhes deu "total liberdade" para a criação do vídeo.
"Nós adoramos as canções do Jackson, por isso as ideias vêm muito depressa. Queríamos algo sexo-sangrento-bizarro, por isso criamos esta rapariga sem rosto a lutar contra pénis que aparecem de todo o lado."
"G.I. Jane (Fill Me Up)" é um single que faz parte do álbum de Jackson and His Computerband intitulado "Glow" de 2013. Foi o regresso de Jackson Fourgeaud aos discos, após um interregno de oito anos no seguimento do álbum de estreia, "Smash" (2005).
Neste relançamento Jackson and His Computerband contou com a colaboração do alemão Planningtorock, um estranho tipo do Disco, e da cantautora Mara Carlyle, num trabalho que recebeu excelentes opiniões da crítica musical.
"Glow" é descrito no conceituado jornal inglês The Guardian como um álbum de dança "excêntrico" e como "um nevão que tudo consome". De acordo com a publicação, Jackson and His Computerband entra no "pop profissional" com este trabalho que mistura "o Disco da Costa Leste e a Memória das canções clássicas dos anos de 1960".
Jackson Fourgeaud, de 36 anos, compõe desde os 15 e fala de "Glow" como "um jogo de obsessões musicais e prazeres raivosos".
Este filho da cantora de "folk" e "blues" Paula Moore define a sua música como "raiva emocional", apostando numa mistura de sons dos anos de 1980 com um tecno feroz dos novos tempos.
Numa entrevista ao site Dazed, Jackson Fourgeaud teve oportunidade de explicar como é que escolheu o nome artístico Jackson and His Computer Band...
"É engraçado, porque tudo aconteceu enquanto eu fazia música, imitando a presença ou a acção de músicos diferentes, mas fazendo tudo, na maior parte do tempo, sozinho. Eu simulo múltiplas pessoas a fazerem música, mas, na verdade, sou apenas este gajo em frente a um ecrã."
Gina Maria
Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.
"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]
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