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26 Diciembre, 2014 Pêlos púbicos: rapar é sexy, mas faz mal à saúde

Guerra aos pêlos na zona genital aumenta risco de infecções e de contrair DST´s.

A moda de rapar totalmente os pêlos púbicos ou de fazer a chamada depilação à brasileira tornou-se tão natural que muitos a praticam. Seja para impressionar um parceiro sexual, seja por gosto e prazer próprio. Mas aquilo que muitos não sabem é que deixa a zona genital mais vulnerável e mais exposta aos elementos externos.

Pêlos púbicos: rapar é sexy, mas faz mal à saúde

Esta guerra aos pêlos parece ter sido instaurada, nos últimos tempos, como uma realidade incontornável, entre elementos de ambos os sexos. Homens e mulheres gastam toneladas de tempo e de energia, além de dinheiro e de capacidade de sacrifício, à retirada total ou parcial dos pêlos corporais, designadamente na área genital.

Há por aí um sem fim de cabeleireiros, de clínicas de estética e de profissionais que trabalham nesta área, bem como de técnicas e de processos que prometem garantir uma pele livre de pêlos.

Mas, afinal, porque se rapam os pêlos púbicos?

É preciso começar por dizer que se trata, inevitavelmente, de uma tendência cultural, nomeadamente em termos da moda e do uso de biquinis e tangas crescentemente mais reduzidos. A indústria pornográfica, onde a maioria dos actores e das actrizes rapam os pêlos púbicos, também ajudou a disseminar a tendência.

Para muitos, também é um factor de atracção e de desejo sexual. Uma vagina rapada ou uns testículos livres de pêlos são mais estimulantes e apelativos visualmente, para uma grande maioria, dir-se-á. Além disso, pensando no sexo oral, a inexistência de pêlos torna o acto mais agradável e interessante, tanto para quem o pratica como para quem o recebe.

E depois, há quem pense que retirar os pêlos da área genital valoriza a higiene na zona. Mas não é assim! Os pêlos têm uma função essencial na protecção do corpo. Alguns cirurgiões descobriram, inclusive, que rapar uma parte do corpo antes de uma cirurgia aumenta consideravelmente o risco de infecções, em vez de as reduzir como se desejaria.

Batalha contra pêlos aumenta risco de infecções e doenças

Independentemente do método utilizado - lâminas, pinças, cremes depilatórios, cera, depiladores eléctricos, electrólise -, a remoção dos pêlos é sempre um processo agressivo para a pele. E, na maioria dos casos, os pêlos voltam a crescer e a pele sofre continuamente os efeitos da batalha contra eles.

Assim, a zona depilada fica irritada e inflamada, deixando minúsculas feridas abertas - só perceptíveis microscopicamente - nos folículos dos pêlos. Estas circunstâncias combinadas com a humidade natural da zona genital transformam a área num local ideal para o desenvolvimento de algumas das bactérias patogénicas mais nefastas, como é o caso dos estreptococos do grupo A e dos estafilococos.

Os estreptococos do grupo A estão entre as espécies de bactérias mais perigosas para o ser humano, podendo provocar, entre outras situações, infecções de feridas e da pele (piodermites) e infecções do sangue (septicemia).

Os estafilococos podem provocar doenças como foliculite (infecção dos folículos dos pêlos), mastite (inflamação da glândula mamária), piodermites, doenças urinárias e impetigo (infecção da pele que pode causar bolhas e/ou crostas).

Imagem de vulva sem pêlos púbicos.

Genitais rapados aumentam risco de herpes e outras DST´S

Alguns estudos clínicos apontam que as zonas púbicas e genitais acabadas de rapar aumentam a vulnerabilidade às infecções sexualmente transmissíveis e ao herpes, uma vez que as feridas microscópicas dos folículos dos pêlos ficam expostas ao vírus transportado pela boca ou pelos genitais dos parceiros de sexo.

Além disso, a depilação pode também ajudar a propagar outras DSTs. O acto de rapar os pêlos ajuda a multiplicar as bactérias e a causar a inflamação do tecido sub-cutâneo do escroto, dos lábios vaginais e do pénis. Essa propagação pode ainda ser motivada pelo acto sexual, designadamente pelo contacto com estreptococos e estafilococos existentes na pele do parceiro.

Há também um aumento no risco dos furúnculos e dos abcessos nos folículos dos pêlos e pode acarretar a necessidade de realizar incisões localizadas para drenar a infecção e resultar, consequentemente, em cicatrizes substanciais.

Também é comum encontrar pústulas e outras pápulas inflamadas nos folículos dos pêlos das zonas genitais.

Face a isto tudo, deve ponderar devidamente se quer mesmo livrar-se de todos esses pêlos que Deus lhe deu...

Gina Maria

Gina Maria

Jornalista de formação e escritora por paixão, escreve sobre sexualidade, Trabalho Sexual e questões ligadas à realidade de profissionais do sexo.

"Uma pessoa só tem o direito de olhar outra de cima para baixo para a ajudar a levantar-se." [versão de citação de Gabriel García Márquez]

+ ginamariaxxx@gmail.com (vendas e propostas sexuais dispensam-se, por favor! Opiniões, críticas construtivas e sugestões são sempre bem-vindas) 

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