16 Septiembre, 2017 Fazes-me Falta!
Sinto-te quando tu não estás!
O teu sorriso, o teu cheiro a maneira como me olhas, me observas, beijas. Está presente a cada minuto do meu dia...
Tenho dificuldade em recordar-me a última vez que senti a tua respiração ofegante, enquanto os nossos corpos se tocavam, me acariciavas, e me fazias vir nos teus braços vezes sem conta.
Mas mesmo a minha mente não conseguindo fazer a cronologia, as datas não existem, não importam. O que importa é sim tudo o que fica...
A sensação de prazer, felicidade, satisfação.
Contigo sinto-me completa!
Podias ser só mais um! Mas não és!
Todas as aventuras que passamos foram sendo reproduzidas em palavras, textos que ainda hoje me fazem reviver detalhadamente cada momento.
Podia ter sido o fim!
Não somos perfeitos!
Mas existem seres perfeitos?
Eu sei que não sou, e muitas vezes me interrogo como me consegues aturar?
Eu não conseguiria!
Durante os primeiros dezoito anos da minha vida, muitas vez dizia:
- Eu não consigo!
Do outro lado um silêncio. E apenas escreviam em qualquer sitio visível para mim.
«Desistir é próprio dos fracos!»
Ficava sozinha a olhar para a frase, e um misto de sensações: quero desistir! Não sou capaz! Mas depois a revolta, a raiva apoderavam-se de mim e pensava:
- Eu não sou fraca!
Tu nunca desististe de mim! Isso seria fácil.
Mas não desistes porque não és fraco!
E deixas que me alimente dessa força!
Mas será que isso é justo? Às vezes penso que te transformo num depósito onde coloco todas as minhas fraquezas, e frustrações.
E não mereces.
Ainda assim estás sempre aí!
Se fosse ao contrário, será que eu estaria!
O ser humano é complexo! De onde foste feito já se perdeu a forma, já não se fazem pessoas como tu!
Hoje me relembraste:
- Mas alguma vez a tua vida foi fácil!
Não foi, é verdade! Mas eu sei que a tua também não foi, e ainda assim conseguiste ser um Homem com todo o significado da palavra.
E eu! Lutei no meio da merda trinta e cinco anos e no fim o que me tornei! Uma puta, virtual ou não, não importa, uma puta isso eu poderia ter sido logo aos dezoito anos, sem estudos e sem ter que aprendido mais nada na vida. E hoje devia ser uma óptima profissional não saberíamos.
Mas vim de uma nova geração. A geração troika, aquelas que estudaram, tinham um trabalho razoável, tudo conseguido com muita luta e muito esforço e porque alguém fodeu esta merda toda, caímos ao chão, eu e tantos milhares de portugueses e perdemos tudo o que construímos com tanto sacrifícios uma vida inteira.
Alternativas, tudo é válido para pôr a comida na mesa.
Já ouvi que é ridículo dizer que somos putas para sustentar os filhos.
Sinceramente, se fosse sozinha comi pão seco, vivia num quarto alugado num sítio qualquer e tava-se bem, com 300 paus fazia a festa e ainda sobrava, mas quando temos filhos tudo é válido, não existem limites.
Um dia no hospital o meu menino estava doente, era pequeno e perguntou:
- Mãe, se eu precisar de um coração?
- Não te preocupes filho, eu dou-te o meu!
Ele muito preocupado disse:
- E depois tu?
Sorri! beijei-lhe a testa e disse:
- Eu não importo só tu importas!
Como é que aguentamos a merda da vida que temos dia após dia, anos a fio?
Simples, porque Homens e Mulheres como vocês são tão raros, que tudo é válido para que se mantenha.
A velha máxima bíblica:
Sacrificam-se alguns para que outros cheguem lá!
Ser puta é fácil, foda-se não vejo onde, vida de sonho qual a do Freddy Krueger.
Confesso que ainda fumo dois cigarros antes de cada show, respiro fundo e penso, ´bora lá, todos os dias começo como os Franceses dizem «Courage»!
Se não gosto do que faço? Sinceramente gosto, eu sou exibicionista, dá-me uma pica do caralho exibir-me.
O que eu não gosto, o que é difícil é saber que dependo disto, que tenho de o fazer todos os dias, 365 dias por ano, várias horas por dia. Isso sim!
E por favor não me venham com tretas, do tipo:
- Tiveste filhos porque quiseste!
Verdade tive um bebé milagre e não pude ter mais, infelizmente, senão tinha meia dúzia, e criava todos sozinha na mesma e se tivesse de estar na beira da auto-estrada para eles comerem e terem acesso a educação ia porque só eles importariam.
E depois a treta que me dizem todos os dias:
- Porque que não tens um trabalho normal, não deves é gostar de trabalhar!
Eu nunca conheci esse mundo cor-de-rosa de que falam, mas deve ser giro e teria todo o prazer em conhecer!
Conhecem o mercado de trabalho actual?
O pós- troika? Pois, então expliquem como é que com 600€ se paga casa, água, luz, gás, renda, comer, vestir e se sustenta filhos.
Se tem um milagre da multiplicação partilhem.
Lamento este texto mas há coisas que precisam ser ditas!
Se gosto do que faço, gosto muito!
Mas preferia fazê-lo apenas por prazer e não profissionalmente mas não é possível.
Como todo o texto diz, tenho duas pessoas que me dão força para cá estar todos os dias.
Uma força psicológica, e a força da necessidade porque dependem de mim para tentar ter um futuro diferente do meu.
Fazem-me Falta!
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