25 Enero, 2021 Cupido - Parte II
“Tu és mesmo um bicho do mato, até dá gosto.”
Estou já há algum tempo sozinha e tenciono encontrar a minha cara metade, contudo os meus encontros amorosos não têm sido os melhores. As minhas colegas de trabalho bem que me tentam arranjar uns "arranjinhos" mas com o meu feitio e com a sorte que tenho tido estou um pouco de pé atrás com esta situação.
Olho para ele com aquela cara tu “não te estiques” e respondo-lhe:
- A ver vamos! Já agora, como é que te chamas?
- Pois! Estava a ver que ias jantar com um estranho.
- E na verdade vou.
Rimo-nos. Ele responde-me.
- Sou o David.
- David. Então logo podes vir buscar-me aqui mesmo, por volta das 8 da noite e agora se me dás licença eu tenho que ir dar atenção a outras pessoas também, não será só para ti.
Pisco-lhe o olho e sorrio. Ele acha graça.
- Vamos ver se não é…
Faço de conta que não oiço sequer e continuo o meu caminho.
Escusado será dizer que quando entrei a minha colega me questionou sobre a demora na conversa e quando lhe contei que tínhamos marcado um jantar ela entrou em êxtase e estupidamente diz:
- Eu vou ser a madrinha!
… cenas de gajas!
Saio às 15H30 da tarde. Vou para casa e começo a pensar no que me esperava logo. Por que raio fui eu combinar algo com um estranho e ainda por cima sozinha no carro dele. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, mas eu sou logo ou 8 ou 80. A mesma coisa de sempre. Whatever. Tento não pensar nesse pormenor que não era pormenor algum, era importante e fui despachar-me.
Não tínhamos sequer o contacto um do outro. Corria o risco ainda dele me dar uma tampa só para mostrar que ficou por cima, mas era um risco que eu iria ter que aceitar.
Fui tratar do meu outfit.
Não sou lá muito nem nada dessas coisas. Sou a gaja simples e básica da jeans com blusa preta, uns ténis e nem sequer uma maquilhagem, somente aquele risquinho preto por cima do olho. O mesmo que sou fora do trabalho, na minha rotina pessoal é o mesmo que vou ser e usar para jantar com ele. Embora ele desconheça a pessoa que sou, a forma como me comporto e como me visto fora do trabalho, não o queria surpreender de forma alguma. Não queria que ele pensasse que estava a tentar seduzi-lo, embora ele seja um pãozinho muito latino, confesso.
São 19H50m. Vou até ao local marcado.
Não fico receosa dos meus colegas me verem com outra pessoa. A malta deste turno não conhece a história nem nunca viram este cliente, porque ele somente vem de manhã, então a única a quem tenho que responder a mil milhões de questões é somente à Cátia.
Chego em poucos minutos. Moro perto. Fico ansiosa sim pelo fato de haver a possibilidade dele me querer dar o troco e simplesmente não aparecer. Então para também não correr o risco de ser gozada por ter ficado pendurada não digo a ninguém o que estou ali a fazer apesar de toda a gente estranhar.
- Laura, por aqui? – dizem-me. - Levantas-te tão cedo para abrir isto e saíste à rua a esta hora? Nem parece teu!
Por dentro só me ria.
- É! É verdade. Uma pessoa às vezes tem que mudar um pouco os seus planos, não é? – ri-me.
Não menti, não escondi nem sequer omiti. Só dei a volta à situação.
- Se puderes então arranja-me um café, por favor.
Peguei no café e sentei-me numa mesa de forma que tivesse a visibilidade de todos os lados da estrada, sim, porque nem sequer o carro sabia qual era. Um de nós tinha que ver o outro.
Breves momentos depois ele chega e faz-me sinal para ir ao seu encontro.
Vou na sua direção. Abro a porta do carro e entro. A primeira coisa que digo.
- São 20H04. Estás atrasado!
- Simpática como sempre, boa noite primeiro e depois reclamas, pode ser? Tens a noite toda para isso.
Eu começo a rir-me.
- Vá lá. Estás bem-disposta. Já é bom sinal. Então conta-me lá, notaste assim tanto o meu atraso por breves minutos porquê? Estavas ansiosa?
- Olha lá ainda nem saímos do lugar já estás assim com tanta moral? Agora sou eu que digo, vai com calma…
- Tu és mesmo um bicho do mato, até dá gosto. Tens sempre resposta para mim. Isso mostra que estás com atenção no que te digo. Posso deduzir que a tua atenção está toda em mim.
Olho para ele com aquela minha cara séria e respondo-lhe:
- Olha podes mesmo querer que a atenção está toda em ti, porque já avisei duas pessoas que feita louca marquei um jantar com um estranho, sozinha no carro dele para ficarem atentas se eu deixar de aparecer ou falar.
Ele começa às gargalhadas.
- Tu estás a brincar certo?
Eu começo a rir-me com a expressão incrédula dele e digo-lhe.
- Epá não estou a brincar. Não me leves a mal, mas a verdade é que eu não te conheço de lado nenhum e estou aqui pronta a que me faças qualquer coisa. No mínimo alguém tinha que saber disto para darem pelo meu desaparecimento passadas 72 horas, não fossem achar que tinha sido eu que tinha desligado o tico do teco de uma vez.
- Eu acho inacreditável a forma como tu me estás a dizer isso e descansa que não me sinto ofendido. É normal que te queiras proteger. Não me conheces.
- Então estamos conversados. Vamos lá que eu estou faminta. Hoje almocei cedíssimo e não comi mais nada o resto do dia.
- Ok senhora. Vamos lá.
- Ah ah ah. Estamos com tanta graça. Não podes usar as piadas dos outros. Arranja as tuas. Esses créditos são meus.
- É para te poder compensar depois…
Oh Jesus. Fica aquela cara de “agora escondia-me” enquanto ele me olhava fixamente à espera de uma reação minha.
Coço a testa e digo:
- Estou mesmo com fome.
Ele entendeu.
- Claro, vamos!
Fez-se silêncio.
Passados 2 minutos interrompo.
- Então e onde vamos?
- Espero que não te importes, mas preparei algo para nós em minha casa.
Foi mais forte que eu.
- NA TUA CASA? – gritei pasmada.
Ele ri-se.
- Tem calma. Eu não te vou fazer mal, já disse. Eu só te quero conhecer totalmente fora da tua zona de conforto, só isso.
- Sim, dá para ver e conseguiste.
Ele continua a rir-se da minha cara.
- Queres um espelho para ver a cara que estás a fazer? Foi demais a tua reacção.
- Tem cá uma piada..
- Tens muita piada, acredita!
Neste momento ele aproxima-se. O seu resto fica quase colado ao meu. Não me beija, mas passa os seus lábios sob a minha boca. Naquele momento fiquei sem saber como reagir. Fui apanhada de surpresa. Ele agiu por impulso no meio de uma graça.
- Pronto então se é para ser assim que seja. Despacha-te então que eu estou capaz de comer a manete das mudanças.
- É leoa!…
- É leoa, é! Só espero é que tenhas ao menos feito alguma coisa que se coma decente e que não tenhas sido tu a fazer.
- Acredita que sou tão bom a cozinhar como a surpreender-te e a deixar-te sem reacção.– lança uma enorme gargalhada.
- Olha David é que nem te vou responder!
- Vês! É o que eu digo! Eu já sabia que não.
Olho para ele com aquela cara 67, mas que ele sabe que faz tudo parte do charme e da piada.
Chegámos a casa dele. Morava perto também.
- Venha lá daí então. Posso pelo menos fazer os meus últimos pedidos? É que feito por ti ou morro envenenada ou com uma indigestão, mas morro.
- Eish! Que parva. Está calada e anda!
Ele abre a porta do prédio e diz-me para avançar à sua frente. Pronto. Fiquei logo KO. Os meus pensamentos começaram logo a ganhar vida. “Mandou-me avançar não foi para ser cavalheiro, foi para me estar aqui a mirar o meu “esquerda-direita”. Ao menos rezo para não tropeçar por me sentir observada”.
- Laura espero que estejas preparada para trabalhar esses gémeos, essas coxas, esses glúteos…
Interrompo-o.
- Estás a subir muito. Então?
Eu já estava a pensar em muita coisa, muuuuuita mesmo e não detestava a ideia.
- É que moro no terceiro andar, sem elevador.
- Oh God! – suspirei.
Os meus pensamentos caíram imediatamente por terra.
- Faminta e ainda ter que subir o prédio inteiro? É bom que saibas mesmo cozinhar.
Rimo-nos.
Estamos a subir o segundo piso e mostro algum cansaço. Aqueles degraus minúsculos cansam mais que degraus mais altos. A minha passada fica mais lenta.
- Já estou a ficar cansada. Se fosse eu nem saía de casa para não ter que subir isto tudo.
Ele responde-me:
- Então vê o que eu não fiz só para poder jantar contigo.
Parei.
Fiquei com um pé em cada degrau. Olhei para trás. Fintei-o fixamente. Ele fez o mesmo. Coloca a mão no meu tornozelo e começa a subir e a subir cada vez mais até chegar entre as minhas coxas.
Não demorou a que começasse a sentir-me molhada e quente. Mordi o lábio. Estava a gostar. Ele sobe mais e começa a passar a mão na minha vagina, mesmo por cima das calças. Começa a fazer pressão e a apertá-la. Não tarda até o meu corpo mostrar-se recetivo e ele não se demora a subir aos mesmos degraus que eu, encostar-me à parede, pressionar o seu corpo contra o meu agarrar-me no rosto. Olhou-me fixamente. Senti que os seus olhos estavam indecisos.
Olha-me a boca enquanto os molhava e os mordia e olhava os meus olhos enquanto lhe pediam mais. Coloca uma outra mão no meu cabelo, apertando-o e beija-me desesperadamente. Ambos estávamos sedentos de nos agarrarmos. Tantas graças e piadas só podiam dar nisto, mas ainda assim esperava chegar a casa primeiro.
Subimos o patamar que faltava a correr, ao mesmo tempo que nos beijávamos indo contra aqueles vasos e tralhas que todo o bom vizinho insiste em colocar no meio do prédio, quase que despíamos as camisolas um do outro, com a ânsia de nos tomarmos, mesmo com a possibilidade de sermos surpreendidos por alguém vindo do nada, mas nem isso nos fazia parar. Na verdade isso ainda nos excitava mais.
Chegamos a sua porta. Enquanto ele tentava abrir rapidamente eu procurava puxar ainda mais por ele. Coloquei-me por trás dele enquanto lhe sussurrava ao ouvido e o mordia e colocava a minha mão no seu pau tão duro e tão pronto para mim.
- Assim eu não consigo abrir a porta e é aqui mesmo.
Consegue finalmente abrir.
Toma-me para si e empurra-me para dentro de casa. Fecha a porta com toda a força e ouve-se um eco enorme no prédio. A intenção não era essa, mas a empolgação era muita.
Pega-me ao colo.
- Tu és minha. Agora és só minha. – diz-me com o seu rosto bem junto do meu.
Leva-me para o quarto e joga-me para cima da cama.
- Há quanto tempo te desejo aqui. Já bati tantas a pensar em nós os dois aqui e nas coisas que te fazia.
- Ai sim? Então mostra-me tudo.
Começa a despir-me toda e sinto toda a sua ansiedade enquanto me beija e me morde o corpo todo. Ele nem sabia o que me fazer. Queria tomar-me toda de uma vez só.
Entendi que a cada iniciativa da minha parte de tentar tomar o poder que ele ficava cada vez mais louco então foi assim que o fiz vir tantas e tantas vezes, que ficamos a noite inteira acordados, que o chupei e que bebi do seu leite e que ele ficou louco quando lho pedi. Quando lhe pedi que ele me comesse o rabo então, ele ficou louco, quando me masturbei para si enquanto o montava, pela forma como olhava para ele enquanto o fodia.
Foram tantas as vezes que ele repetiu “tu és louca, adoro. Tu és minha” e a verdade é que somos os dois loucos até hoje, juntos e sim, a Cátia foi a madrinha.
Alexa
Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...