01 February, 2025 A dissociação e a perda da própria identidade
Algumas pessoas enfrentam os seus traumas, mas outras fazem precisamente o contrário...
A dissociação é um mecanismo de defesa psicológico onde uma pessoa se desconecta dos seus pensamentos, sentimentos, memórias ou até da sua própria identidade. É uma forma de lidar com situações stressantes e está, por vezes, associada a traumas de infância. Basicamente, algo aconteceu na vida da pessoa e ela precisa de escapes para poder lidar com isso.
Algumas das pessoas que sofrem com este problema decidem começar a enfrentar as coisas que lhe aconteceram, mesmo sabendo que isso pode causar dor. Ao fazerem isso, demonstram inteligência emocional.
Nesses casos, pouco ou nada falam do seu passado, pois, como se diz na gíria, já "arrumaram as botas", "arrumaram o sótão". Por isso, não usam o passado para chamar a atenção de uma forma desesperada, para obter a pena dos outros.
Mais, tornam-se pessoas que sentem horror em ser vistas como vítimas. Preferem, antes, ser encaradas como pessoas que conseguiram pedir ajuda, e que sabem lidar com as suas emoções e sentimentos.
Mas há também as que decidem fazer precisamente o contrário! Assim, tornam-se iguais ao que lhes foi ensinado e como não quebram o ciclo, acabam por traumatizar outras pessoas, repetindo o padrão.
Acabam por se transformar em pessoas que não entendem o que lhes é dito, pois não se conseguem ver a si mesmas. Não há terapia que resulte, pois o alter ego está sempre a tomar controle da situação.
Grande parte das suas vidas são ingovernáveis! Não conseguem lidar com as coisas, nem conseguem conviver com outros de forma honesta.
E os outros acabam por se aperceber destas características e acabam por se afastar.
Quando isso acontece, a dissociação destas pessoas torna-se ainda mais forte, pois todos os dias provam a si mesmas que o mundo é ingrato, e que só agem como agem, por culpa dos outros.
Não conseguem ver que foram elas próprias que convidaram os outros à rejeição devido aos seus comportamentos surreais.
Mentem patologicamente e em vez de sentirem medo de serem apanhadas, ficam contentes por estarem a enganar as pessoas.
Ora bem, que sociopatas, que insanidade! No fim do dia, estão sozinhas porque ninguém as aguenta!
Como não se relacionam com os outros, acabam por não ter experiências de vida comuns aos mortais. Então, nada têm para contar. Por isso, acabam sempre a falar da única coisa que têm - o passado! E aqui nada há a fazer, pois vivem num mundo à parte, numa outra realidade.
É difícil para as pessoas comuns lidarem com estas pessoas. No meu caso, são inspiradoras, porque me entretêm.
Eu gosto de as levar a pensar que estou a acreditar nelas, porque gosto de ver até onde elas vão. Mas descobri que não vão a lado nenhum, pois têm uma limitação - não sabem o que são limites. Então, continuam e continuam, sem se cansarem.
Estão sempre ressentidas, com drama, ou metidas em dramas. Quando não há dramas, vão à procura, pois não conseguem ter paz e felicidade. São doentes dentro da sua prisão mental.
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