26 December, 2024 Entrevista com uma ninfo - Parte 7
Não vou mentir, querido diário, ele fez coisas diabólicas comigo. Libertou todas as fantasias...
Aqueles quinze dias foram o suplício orquestrado da vingança do meu marido. Eu andava pela casa como um zombie, meio despida e a cair de sono, pois ele não me dava descanso.
(Interrupção na entrevista do psicólogo – continuação da descrição retirada do diário de Rosa, aqui reproduzida na íntegra).
"Aqueles quinze dias foram o suplício orquestrado da vingança do meu marido. Eu andava pela casa como um zombie, meio despida e a cair de sono, pois ele não me dava descanso.
Todas as fantasias que até esse momento lhe tinham estado vedadas, ele libertou-as sem qualquer pudor.
Não vou mentir, querido diário, ele fez coisas diabólicas comigo. Mijou-me para a boca, cagou-me nas mamas, cuspiu-me para cima. Tinha um entretém que o divertia muito, que era fazer-me lamber-lhe o cu enquanto se peidava estrondosamente na minha cara!
Se aquilo me dava nojo? Dava. Mas também me dava muita tesão!
Quando faltavam poucos dias para voltar ao trabalho, as coisas extremaram ainda mais.
Um dia, levou outro homem lá para casa. Ele não fez nada, mas levava uma câmara e filmou-nos a foder. O homem parecia desconfortável, mas o meu marido explicou-lhe que queria fazer um filme porno comigo, porque descobrira que eu era uma puta. O senhor engoliu em seco, mas continuou a filmar.
Foi toda uma produção. Obrigou-me várias vezes a repetir cenas, sobretudo as mais escabrosas, porque via que perturbavam mais o nosso operador de câmara.
No fim, o homem já não sabia como havia de estar, era evidente que estava cheio de tesão, e o meu marido disse-lhe que se ele lhe fizesse um desconto pelo trabalho, podia bater uma punheta e vir-se na minha cara. Claro que ele aceitou.
Assim, enquanto víamos no leitor de vídeo as várias cenas que ele tinha filmado, os dois esgalharam os respectivos caralhos e à vez esporraram-se em cima de mim.
Para completar a festa, o meu marido ordenou-me que acompanhasse a visita até à porta e me despedisse dele com um grande obrigado... O pobre homem só gaguejava e fugiu de medo quando pensou que eu o queria beijar!
Não vale a pena entrar em muitos mais pormenores, querido diário, mas há ainda uma história que merece referência, por atestar bem sobre a transformação que se operou na mente do meu marido.
Certa noite, disse-me para me ir vestir porque íamos ter companhia para o jantar. Às oito da noite bateram à porta e só aí soube que o convidado era o chefe dele.
O jantar decorreu naturalmente, até pensei que o meu marido parecia o mesmo de antigamente, calmo, divertido, inteligente. Sempre foi bem-falante e tinha um charme que o tornava instantaneamente simpático aos olhares da maioria das pessoas.
Tudo se passou com toda a normalidade, até que eu me sentei à mesa depois de servir os cafés e ele disse para o chefe:
– Não te cheira a nada?
– Humm...
– Cheira mal, não sentes?
– Não sei.
– Eu sei. Cheira a puta...
Disse-o ao mesmo tempo que se virava para mim!
– Não te cheira, querida? Cheira, não cheira? Claro, só podes ser tu... Sentes agora, não sentes? – perguntou de novo ao chefe.
Surpreendido por aquele jogo perverso, que não percebia bem, mas que nitidamente o excitava, ele acabou por dizer que sim.
– Vês? Toda a gente concorda. Então, o que é que estás à espera? Vai tomar banho, querida, cheiras a puta...
Levantei-me como um tiro, humilhada e já a sentir os olhos cheios de lágrimas, e corri para a casa de banho, ouvindo nas minhas costas as gargalhadas alarves daquelas duas bestas.
Meti-me no duche e comecei a esfregar-me com raiva, pensando que a situação estava a ficar fora do meu controle. Não compreendia o objectivo de tudo aquilo, qual a intenção do meu marido para me rebaixar daquela maneira...
Só mais tarde recordei que eu própria lhe tinha pedido que me tratasse como um animal. Ele estava apenas a tentar satisfazer-me.
Poucos minutos passaram quando os dois irromperam na casa de banho. O meu marido já vinha nu e meteu-se logo no duche comigo, começando a esfregar-me vigorosamente a cona:
– Essa racha bem lavada, que o chefe não gosta de chulé.
Logo depois entrou o chefe, também já sem roupa, e sem nenhum pudor, com toda a familiaridade, como se não tivesse acabado de me conhecer, pôs-me a mão sobre a cabeça, forçando-me a agachar, e enfiou-me o pénis na boca!
Era grosso e tinha os tomates rapados, mas já com pequenos pêlos a eclodirem, e sentia-os a picar-me no queixo como bolas forradas a lixa. Não era uma sensação agradável, mas a baba que deixava sobre a minha língua, saborosa e densa, compensava a má impressão.
Ele também não era propriamente gentil, tal como acontecia com o meu marido. O seu broche mais se equiparava a uma foda de boca, mas eu cada vez apreciava mais esta versão animal do sexo oral.
O meu marido disse-lhe que se podia esporrar dentro da minha boca, mas ele não quis, disse que preferia esperar por uma boa foda na cama ou no sofá.
Mas pediu para nos ver a foder, e o meu marido aproveitou e foi-me ao cu, que eu tinha acabado de lavar. Logo, logo, estava cheio de meita outra vez.
Depois disso, o chefe teve o que queria. Levou-me para o sofá da sala e também ele me enrabou longamente, enquanto a sua idade e o seu vigor, que era bastante, permitiram.
O meu marido assistiu a tudo, brincando distraidamente com o caralho murcho, pois ele já estava "jantado".
E agora pergunta-me, querido diário, se eu estava feliz? A resposta é: sim, muito! Porque, finalmente, tinha o que merecia, que era exactamente o que eu mais desejava!
O meu marido perdera todo o respeito por mim. Isso significa que me tratava como a puta que eu queria ser. A pontos de me humilhar, oferecendo-me a outros homens como se eu fosse uma mercadoria, e não sentindo com isso nada a não ser prazer!
Era tudo o que eu tinha pedido. Estava verdadeiramente feliz!
Nunca o sexo me pareceu tão intenso, nem o amor tão absoluto.
O meu casamento estava salvo. E pelo menos essa, que era a maior consequência da minha condição ninfomaníaca, estava sanada.
Agora sim, podia verdadeiramente dizer que amava o meu marido, e via que ele me amava, e que aquela nova expressão que ele tinha encontrado no fundo de si mesmo, por minha causa, era como um grito que o libertava a ele também.
Também ele se sentia agora mais completo, mais em contacto consigo mesmo e, por consequência, mais em contacto comigo, com o nosso amor, com as nossas emoções partilhadas.
Desde então, o meu marido vai sempre comigo às consultas do psicólogo. Ele e o doutor Jaime tornaram-se bons amigos, que me fodem à vez ou em conjunto, tornando sempre especiais os nossos encontros.
Também não esquecemos os nossos amigos e às vezes, convidamo-los para as sessões. O meu querido marido junta-se a eles, a ponto de não o conseguir distinguir entre os trogloditas que me atacam e fazem gato-sapato com o meu corpo, e esse sentimento enche-me de alegria e tesão!
Não sei que mais diga sobre o meu problema, que se tornou entretanto no meu modo de vida. Sinto que nunca fui tão feliz, que agora sei quem sou, que o mundo já não é aquela coisa difícil e forçada que tanto me afligia, mas uma espécie de viagem que eu faço, em conjunto com os meus homens, em velocidade de cruzeiro.
Não mais sinto as águas revoltas do mundo feio, mas simplesmente o oceano de esporra da minha vida bela...
E com uma vantagem final, assinalável, que devolveu equilíbrio à minha vida íntima e social. Agora tudo o que preciso é feito em ambiente controlado, em espaço seguro. Já não preciso de me esconder em hotéis, nem de andar na rua à procura de caralho.
Eu sei, querido diário, que nada disto é uma cura. Mas também já não é um mal.
Graças ao meu marido e ao meu bom doutor, não penso mais nisso. Eles aceitam-me e eu aceito-me a mim própria. Não há mais nada a dizer.
É o que sou. É o que é."
(Fim da transcrição do diário de Rosa, aqui reproduzida na íntegra).
FIM
Entrevista com uma ninfo - Parte 6
Entrevista com uma ninfo - Parte 1
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com