16 September, 2021 As dádivas da noite - Parte II
O meu amigo especial tinha-me mostrado um mundo novo...
Apesar do entusiasmo restaurado, e de sentir cada vez mais urgente a ideia de foder, continuava sem atinar com as palavras. Por não saber o que mais dizer, perguntei: «E agora?». «Agora é a tua vez. Faz como quiseres». «Como quiser?». «Sim, como te apetecer. Se queres um broche mete-lho na boca, se a queres foder enfia-lho na cona, se a queres enrabar… Estás a ver...». Sim, estava a ver, e o que via, toda aquela carne nua e suculenta, era um convite para a loucura e para o paraíso!
O meu amigo tinha-se chegado entretanto ao meu lado e, com o braço sobre o meu ombro, sorria-me com um ar tranquilo. E creio que só nesse momento percebi exactamente o que estava a acontecer... O que até aí estivera mascarado pela minha moralidade e pelo meu nervosismo! Aquele não era o sorriso de um homem abatido, desesperado, etc... Não, aquele era o sorriso de um homem resolvido!
Um homem de bem com a vida e consigo mesmo! Um homem disposto a partilhar a mulher porque isso lhe dava prazer – e a ela! Porque juntos formavam um casal que descobrira uma forma de experienciar o prazer sem culpa, sem traição. Porque não era traição se era feito com o consentimento de ambos, para a realização e satisfação das fantasias de ambos! E, nesse momento, senti um respeito imenso por eles!
Foi quando notei que me tinham passado as reservas, os pudores e as vergonhas. Sob o olhar aprovativo do meu amigo, despi desajeitadamente as calças, com as cuecas agarradas, e fiquei no meio do quarto de pau feito, nu da cintura para baixo. Com as pressas, nem cheguei a tirar a camisa…
Entrei na cama de joelhos, por trás dela. A cama oscilou um pouco com o meu peso, mas rapidamente se restabeleceu o equilíbrio. Então, agarrei as duas grandes nádegas brancas e abri-as bem, libertando assim o secretismo dos seus dois orifícios.
Observei-lhe o buraco do cu, que parecia chamar-me, mas escolhi o caminho mais tradicional e, com uma única estocada, enérgica e decisiva, enfiei-lhe o caralho teso dentro da cona!
Ainda agora consigo lembrar nitidamente o som do gemido que ela soltou quando se sentiu penetrada assim, com força, de surpresa… Era como se tivessem acordado uma fera com um ferro em brasa!
Não deixei que isso me desconcentrasse. Depois de tanta hesitação, sentia-me agora em perfeito controle da situação. Durante uns dois ou três minutos dei-lhe uma canzana eléctrica que a acordou de vez e quase a fez subir pelas paredes!
Aos poucos fora ajeitando a posição e estava praticamente de quatro, agarrada à cabeceira da cama, a gritar e a gemer. Quanto a mim, mal consigo explicar a loucura que então se instalara no meu universo! Eu estava positivamente on fire, como se não fodesse há três meses, e só queria martelar naquela cona até ela espirrar!
Para lá do meio caminho, agarrei-a pelos cabelos, o que a fez meter-se num definitivo quatro e, então, no quarto ecoaram os estalos das minhas virilhas a bater no rabo dela. Essa linha de percussão, somada aos gemidos dela e aos meus grunhidos, formava uma música celestial!
Não me contive e, apostado em desafinar a banda sonora, dei-lhe duas palmadas em contratempo, uma em cada nádega. Ficou imediatamente com o rabo vermelho. Depois, como se de repente tivesse tido um ataque de consciência, virei-me para o meu amigo e perguntei:
– Ela gosta disto?
Mas nesta fase o meu amigo já se encontrava num cadeirão estrategicamente colocado ao lado da cama, onde confortavelmente se sentara com as calças em baixo. Olhava para o quadro à sua frente, com a respiração alterada, enquanto massajava lentamente o malho. Um malho, é preciso dizer, de lonjura e tamanhos bastante imponentes. Só não me fez sentir diminuído porque, apesar de não ser o mais dotado dos homens, conheço bem o meu equipamento e sei do que ele é capaz.
A prova estava ali mesmo, à sua frente: os gemidos da mulher dele atestavam a qualidade do material!
Depois da grande foda eléctrica, tirei-lho da cona para ambos descansarmos e, aproveitando ainda a sua posição, lambi-lhe o rego de alto a baixo, forçando a língua na racha e chupando-lhe o olho do cu. Estava encharcada e toda ela cheirava a sexo!
Não sei se foi um orgasmo, mas um estertor nervoso apoderou-se dela quando à minha língua lhe adicionei dois dedos na cona, deixando o polegar de fora a picotar-lhe o clitóris. Torcia-se como uma enguia, mas parecia-me que ainda não estava no limite da explosão. Era preciso ir mais longe, disse de mim para mim, enquanto lhe cheirava o cu…
Não pensei mais. Voltei a ajeitar-me atrás dela e confirmei com um dedo bem enfiado que havia humidade para a passagem. Ainda assim, não lhe faria mal uma ajuda. Por isso agarrei nas mãos da minha bela adormecida e pu-las de maneira a que elas mesmas, cada uma a segurar sua nádega, lhe escancarassem as traseiras.
Ela, diga-se, não só não esboçou qualquer tipo de contrariedade como se agarrou à tarefa com espírito de missão. Com o caminho aberto desta maneira, enfiei-lhe a narça.
Voltou a gemer com vontade, aceitando a grossura dentro dela com naturalidade. Há mulheres que não são do cu. Esta, definitivamente, era.
Entusiasmei-me tanto que acabámos por cair para o lado – sem que ainda assim lho desenfiasse do rabo... !
Este pequeno desequilíbrio acabou por tornar-se agradavelmente decisivo, por mais que uma razão. Primeiro, porque só então vi que na lateral da cama estava um enorme espelho, que nesse momento reflectia a imagem de uma mulher afogueada, de boca aberta e olhos semi-cerrados, com uma perna levantada e grandes mamas a saltar ritmicamente, enquanto um perfeito estranho lhe dava uma enrabadela das antigas!
Só a imagem dava vontade de um homem se vir! Mas, sobretudo, era a primeira vez que lhe via a cara e tenho de dizer que me emocionou... Era como se, de repente, o objecto que me fora oferecido para ser isso mesmo, um mero objecto, tivesse ganho alma e se tivesse transformado numa coisa pessoal!
Senti paixão, é a melhor maneira que encontro de o descrever… E isso fez-me ficar ainda com mais tesão!
E por fim porque, aproveitando a posição, o meu amigo resolveu levantar-se do seu trono voyeurístico e juntar-se a nós… Como eu a tinha de lado, atrás dela, o marido veio pelo outro, de frente. Como eu lho estava a meter no cu, ele meteu-lho na cona.
E em menos de nada tínhamos a mulher dele ensanduichada no meio de nós, com dois caralhos enfiados, cada um por si a dar ao cu para chegar ao mais fundo possível do seu respectivo buraco!
Como podem imaginar, a mulher, trespassada e bombeada desta maneira por dois corpos maciços e enfurecidos, que pareciam nunca mais parar, arfava e gemia como se falasse uma língua estrangeira. Também ela dava às ancas, completamente abandonada ao ritmo da dupla penetração que a celebrava...
Assim que, sem espanto, a derradeira libertação chegou. Veio-se no meio de nós! A primeira vez quase me assustei… Foi um orgasmo gutural e arrastado, em que o seu corpo tão depressa ficava completamente estático como desatava a tremer como uma batedeira. Parecia possuída por demónios!
Depois, mais para a frente, quando começou a somar réplicas, eram orgasmos mais serenos, mas ainda assim iminentemente frenéticos. Vê-la vir-se daquela maneira só aumentava ainda mais o meu furor.
Nessa altura já estávamos há tanto tempo naquilo que comecei a pensar que não me conseguiria vir – o que, por sinal, não me parecia a pior das ideias...
Não me apetecia deixar escapar aquele corpo onde, numa noite absolutamente inesperada, acabara tão bem encaixado! Não queria que a música acabasse! Queria que aquele momento durasse para sempre! Mas, eventualmente, aconteceu… Dei o meu grito de guerra e esporrei-me todo, dentro do cu da mulher do meu amigo.
Passado um bocado foi ele a gritar e percebi que também ele estava a lançar o seu fogo de artifício. A mulher continuava no meio de nós, agora imóvel... exausta na ressaca das consequências do seu próprio prazer…
Outra grande ideia do meu amigo foi pedir-me para trocarmos de posição. Eu não percebi logo mas como o vi encaminhar-se para o meu lado, transferi-me rapidamente para o dele. Então percebi... Ele tinha-se vindo fora da mulher. Toda ela, o seu centro, da púbis à fenda de lábios entreabertos, das virilhas ao rego do rabo, pingava mel branco…
Enquanto eu me deliciava a observar este espectáculo, do outro lado o meu amigo deliciava-se a ver a minha esporra esbranquiçada e com laivos acastanhados a escorrer do cu da mulher como uma cascata.
Os dois tivemos imediatamente o instinto de voltar a agarrar no caralho e recomeçar a massajá-lo. E isso que ainda mal nos tínhamos vindo, para verem o grau de tesão que transpirava naquele quarto!
Meia hora depois, talvez um pouco mais, voltámos ao ataque, mas agora os dois ao mesmo tempo. Desta vez fiquei eu de frente, com ela a mamar-mo como gente grande e o marido por trás a espetá-la no cu. Via-lhe as mamas a abanar ao ritmo dos empurrões do marido, monumentais, e de vez em quando esticava-me para lhe apertar os bicos carnudos. Cada vez que o fazia ela miava. Acabou com os dois caralhos na boca.
Não sei se posso dizer que foi a mulher que encontrei que mais gostava de sexo mas, definitivamente, aquela era a expressão que todas as mulheres deviam fazer quando estão a foder. O rosto do prazer pelo prazer, da entrega total, única valência que se deve usar quando ambicionamos um prazer absoluto e transcendental. Como o sexo merece ser feito – sem limites, sem preconceitos, um acto de libertação poética!
Acho que todos recebemos o tratamento completo e acabámos por adormecer juntos na cama durante quase uma hora. Quando acordei, os meus bons amigos estavam abraçados como o casal mais apaixonado do mundo!
E, de alguma forma, isso transpirava por todo o quarto. Sim, tinha havido ali uma grande farra de sexo; mas também uma enorme dose de amor… Porque no cruel mundo das regras em que vivemos, não seria possível activar este tipo de experiência proibida sem ser a coberto de um amor imenso e indestrutível. Se eles tinham chegado a este nível, pensei… iriam ficar juntos para sempre!
Estava visto que teria que ter uma conversa muito séria com a minha mulher… Em nome do amor, o nosso casamento precisava urgentemente de uma mudança. E eu tinha acabado de descobrir o caminho!
No dia seguinte tomámos o pequeno-almoço todos juntos e finalmente tive o prazer de conhecer a mulher que me dera o sexo mais espectacular da minha vida. Era uma mulher madura, atraente e sensual, culta e gentil, que me fez sentir em casa e me tratou como um velho amigo íntimo.
Material tanto para uma amizade duradoira como para as melhores fodas de um maravilhoso futuro!
Isto foi apenas há alguns dias e ainda não voltámos a ver-nos, mas… algo me diz que vai acontecer. Não sinto apenas saudades dela, a que me levou ao clímax, mas dele também, o amigo especial que me mostrou um mundo novo.
Talvez, na próxima, leve a minha mulher. Não sei, acham que ela iria gostar…?
FIM
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com