20 June, 2018 Transexualidade sai da lista de doenças mentais

A nova classificação de doenças da Organização Mundial de Saúde deixa de incluir a transexualidade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a transexualidade da lista de doenças mentais, conforme se pode atestar na nova classiicação de doenças divulgada pela entidade. Um avanço relevante para que os transexuais possam ter as suas vidas normalizadas.

Transexualidade sai da lista de doenças mentais

A transexualidade deixa de ser considerada uma doença mental pela OMS, passando a constar do capítulo das disfunções sexuais. Isto significa que deixa de ser considerada um transtorno do foro psicológico para ser classificada simplesmente como uma questão física, ou seja, a inadequação do corpo à identidade de género da pessoa.

As pessoas transexuais sentem que nasceram no corpo errado, identificando-se com o sexo com que não nasceram, aspirando a ter as características físicas que as façam sentir-se bem com a sua pele.

Esta normalização da transexualidade como uma mera disfunção física, sem associação a qualquer tipo de transtorno psicológico, é especialmente importante para as pessoas que vivem esta realidade. Abre também caminho à facilitação dos processos de mudança de sexo que muitos transexuais iniciam.

Em vários países pelo globo, a Lei exige um diagnóstico psicológico para iniciar os processos médicos com vista à mudança de sexo. Com a retirada da transexualidade da lista das doenças mentais, esse passo acabará por cair.

Marcelo vetou nova lei de mudança de sexo

Em Portugal, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa vetou, em Maio passado, a nova lei de mudança de género que foi aprovada no Parlamento, reclamando precisamente a necessidade de haver um "relatório médico quando se trate de menores".

A lei aprovada pelos deputados portugueses determina que não é necessária qualquer avaliação psicológica para concretizar a mudança de género, permitindo também que o processo seja iniciado logo aos 16 anos de idade.

Mas Marcelo Rebelo de Sousa considera que é preciso incluir na lei a "previsão de avaliação médica prévia para cidadãos menores de 18 anos". Isto para "permitir dar maior consistência a uma escolha feita mais cedo", constata o Presidente.

Os transexuais continuam a ser alvo de discriminação e de violência por todo o mundo. Todos os anos várias pessoas que vivem esta condição são humilhadas, espancadas e assassinadas.

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