13 fevereiro, 2021 O fenómeno dos reality shows
O mais visto nos dias de hoje em Portugal é o Big Brother.
Uma data de pessoas decidem entrar para uma casa, para serem "emocionalmente exploradas", por causa de um valor monetário e por quererem visibilidade. Apesar de saber disso, nunca estão completamente conscientes que um dos objectivos será confrontar os seus comportamentos, e expor as suas emoções perante os outros de forma crua e dura.
O que se assemelha a isto é, por exemplo, um centro de tratamento onde as pessoas pensam que vão tratar DO PROBLEMA e acabam por entender que o problema é apenas uma consequência de pensamentos, comportamentos estabelecidos durante a sua vida.
As chamadas falsas crenças estão no topo da lista entre esta semelhança.
É como dizer: Eu vou-te dizer quem tu realmente és!
Os reality shows tornam-se então o espelho para muitas pessoas, onde as pessoas reagem dentro daquilo que elas acreditam, ou do seu passado ou das suas experiências com outras pessoas.
Devido a isso os reality shows desenvolvem e provocam emoções a quem os vês e tornam-se viciantes.
Para profissionais na área comportamental e saúde mental, tornam-se ricos em informação de estudo.
Aqui até se estende aos comentadores, onde se conseguem ver pessoas com muita raiva e inconscientes delas mesmas a comentar outros.
Aqui entra a identificação inconsciente ou a incapacidade de... identificar o que estará por detrás disso.
Cegos a comentar cegos.
Profissionais de saúde com 99% de teoria, 1% de experiência de auto-conhecimento que se tornam tendenciosos nos seus comentários.
Ora, isto para as pessoas com auto-conhecimento elevado torna-se um bom momento de entretenimento.
O ser humano é o objeto mais valioso de estudo e mais desafiador. É encantador ver como reage, escreve e de imediato percebe o que está por detrás daquilo tudo. A verdade!
Os reality shows resultam porque as pessoas decidem confrontar-se, pois têm necessidade de se posicionar e destacar.
Ao fazê-lo, também revelam traços de personalidade, e por isso se torna um jogo tão interessante.
A produção sabe dessa fraqueza que invade o ser humano e por isso se torna algo de tantas audiências.
Engraçado apreciar a vítima e o vilão e de como o ser humano escolhe o seu posicionamento sem nunca entender que entre o vilão e a vítima é o vilão que mais sofre de auto piedade.