07 novembro, 2019 Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 4: Primeiros dias no Seminário
Após ser apanhado com a piça na botija de Maria dos Anjos, o padre Núncio antecipou a minha entrada no Seminário...
Depois do escândalo que significou ser apanhado com a piça na botija de Maria dos Anjos, o Padre Núncio, que felizmente se encontrava relaxado depois de lhe papar a mãe, garantiu publicamente que o meu crime não ficaria sem castigo.
Para começar, mandou-me recolher ao catre e instruiu-me meia dúzia de rezas, que fui revezando com punhetas, pois ao ser apanhado no acto não tivera oportunidade de me vir condizentemente.
Ao serão organizou então uma pequena tertúlia, à que acorreu, para além de mim mesmo e dele próprio, a testemunha Bernardete. Aí se estudaram as hipóteses do meu destino, pois tornara-se óbvio, em face do sucedido, que a coutada era pequena demais para dois garanhões.
A primeira hipótese aventada era recambiar-me para casa de minha mãe. Objectei, argumentando que se se tinham visto livres de mim quando a minha boca era pequena, não era agora com uma bocarra de tanto alimento que me iam aceitar. As minha razões foram ouvidas.
Finalmente, o padre Núncio teve a ideia de pedir uma autorização especial ao Bispo para antecipar a minha entrada no Seminário, visto que me faltava ainda mais de um ano para atingir a idade de admissão.
Toda a burocracia demorou mais de um mês, até que finalmente o visto me foi concedido. E assim me mudei, de almas e bagagens, para a escola seminarista que me ensinaria a ser um futuro padre, deixando para trás os meus anos de menino e o ânus de Bernardete, onde entretanto me habituara a adormecer.
Esse foi, aliás, o meu primeiro grande choque com a nova realidade: ter que dormir sozinho numa cela esconsa e fria! Sentia falta do calor da minha puta dentro das cobertas, das suas carnes pesadas e suaves a transpirar como uma porca, dos seus buracos seminais onde me enfiava de manhã com a tesão do mijo...
Mal consegui pregar olho nas duas primeiras noites.
Progressivamente fui-me adaptando, ainda que navegasse por ali como um detective, angariando o máximo possível de informação acerca da minha nova casa.
Em relação à população do lugar, meia centena de garotos borbulhentos e imberbes, decidi em primeira instância não me misturar. Apesar de ser o mais novo, parecia mais homem que qualquer um deles. Bastava um olhar à superfície para perceber que nada sabiam da vida, a não ser o que bebiam dos almanaques ou das vozes monocórdicas da padraria que os tutelava. Imaginar que teria que viver ali os próximos cinco anos deixou-me imediatamente deprimido, e percebi que teria que fazer algo o quanto antes para ajeitar aquela realidade às minhas necessidades e aos meus desejos.
Desde logo, precisava de descobrir se havia mulheres nas redondezas. Se nas minhas buscas tivesse concluído que não existia por ali tal coisa, que teria de viver meia década sem cona, sem cu grelado, sem um bom par de tetas, creio que teria fugido dali imediatamente…
Felizmente, descobri que um grupo delas vivia numa ala à parte, dedicando-se exclusivamente à cozinha.
O contacto entre nós e elas era terminantemente proibido. Por isso, por todo o lado se ouviam histórias escandalosas de grandes noitadas de promiscuidade. Era uma questão de saber os caminhos.
Foi, de resto, por esse motivo que empreendi os primeiros contactos com alguns dos rapazes mais velhos e que me pareceram menos imaturos.
– Não percebo o que estás a dizer…
– Estou a falar das gajas da cozinha. Quero saber como se vai ao dormitório delas…
– Queres ir ter com as mulheres?
– Claro…
– Não percebo. Para quê?
Estava cada vez mais impaciente e abismado com a ignorância geral daquela corja.
– Para quê?! Ora, para o que é que há-de ser? Para foder!
Ficaram a olhar uns para os outros e depois para mim, como se fosse um ser de outro planeta.
– Não percebo…
Podem não acreditar, mas tive que explicar a rapazes de 17, 18 e 19 anos o que significava “foder”. Ensinei-lhes as diferenças entre os corpos das mulheres e dos homens e deixei para o final os pormenores líquidos sobre os esguichos do amor, sintetizados no “leitinho”.
– Ah!
De repente pareceram perceber tudo.
– Estás a falar da fornicação! Mas para isso não precisas das mulheres... As mulheres são sujas e impuras. Por isso é que não podem ser ordenadas padres.
Foi a minha vez de ficar à nora.
– Como assim, não preciso de mulheres? Como é que se pode foder sem uma cona?
Riram como se eu fosse um atrasado mental e incentivaram-me a ir ter com eles ao serão.
– Por volta da meia-noite, vai ter à porta da cantina. Não faças barulho. Se te apanharem estás por tua conta. Nós mostramos-te tudo.
Tinham um ar arrogante, como se soubessem mais do que eu, e tive de resistir ao impulso de os esbofetear a todos ali mesmo. Mas interessava-me saber do que estavam a falar.
– Está bem.
À hora marcada estavam meia dúzia de rapazes à porta da cantina. Sinalizando-me que fizesse silêncio, instruíram-me a segui-los. Finalmente chegaram à porta de um quarto e pararam.
Um deles segredou-me ao ouvido:
– Olha!
Espreitei pela pequena janela da porta mas, na escuridão, os meus olhos demoraram a ver o que quer que fosse. A luz da lua entrava por uma guarita virada para o exterior e, segundos depois, divisei finalmente a imagem recortada duma cama e de alguém que dormia.
– Chama-se Roberto. Está cá há 3 meses e ainda não falou com ninguém. Nós sabemos porquê… Tem vergonha de ser como é.
– E como é?
– É “florzinha”.
– O que é que isso quer dizer?
– Quer dizer que é um bocado maricas. Gosta de homens. Há cá muitos rapazes assim… As famílias metem-nos cá com medo do que possam fazer lá fora.
– Está bem, mas o que é que isso tem a ver connosco? O que é que estamos aqui a fazer?
– Já vais ver.
Sorrateiramente, um deles girou a maçaneta da porta e entrou. Depois de se certificar que o jovem adormecido tinha uma respiração constante, fez sinal para que os outros entrassem também. Eu segui-os mas fiquei à porta, um bocado desconfiado com tudo aquilo.
Os outros começaram então a rodear a cama, como se se colocassem estrategicamente para qualquer efeito. E então ouvi a voz do mais velho:
– Agora!
Num ápice, cada um deles agarrou numa parte do corpo do incauto adormecido. O que tinha dado o sinal tapou-lhe a boca com a mão. Surpreendido daquela maneira, o desgraçado tentou esbracejar e espernear, mas manietado de pernas e braços percebeu rapidamente a impotência do seu desespero. Queria gritar, mas só lhe saia um esgar abafado. Ainda assim, o mais velho ameaçou:
– Rende-te ou vai ser pior para ti!
Aproveitando que ele acalmou, viraram-no de barriga para baixo e colocaram-lhe uma mordaça na boca. Então, o inesperado aconteceu…
Quando eu pensava que o correctivo estava perto do seu final, que o castigo, fosse ele qual fosse, estava devidamente satisfeito, um deles puxou-lhe as cuecas para baixo, deixando-lhe o rabo ao léu!
Agora que a vítima, voltada de costas, não podia identificar os seus carrascos, um deles acendeu uma pequena vela, insuficiente para ser detectada nos corredores mas com força para deitar um lençol de luz sobre o breu do quarto. Assim via-se a cena toda, o pobre aprisionado seguro pelos membros, as cuecas para baixo, o cu à mostra, e um dos meus companheiros nocturnos ajoelhado sobre as suas pernas. Vi, com horror, como ele baixou os calções e um caralho teso de uns bons 15 centímetros, quase tão grosso como o meu, surgiu em toda a sua imponência!
Acto contínuo, o caralhudo deitou-se sobre as costas do prisioneiro e, sem mais, enfiou-lho abruptamente no cu!
– Isto é o que fazemos aqui aos maricas! – disse, por um lado como se se justificasse do seu crime e, por outro, para benefício da minha instrução.
Confesso que não fiquei impressionado. Para mim, tudo aquilo fazia prova mais da mariquice dos atacantes do que propriamente do atacado. Era por isso que não precisavam de mulheres? Porque fodiam homens?! Gosto de uma boa bardajice de alcova como outro qualquer, mas a mim aquilo não dava tusa nenhuma.
O pobre condenado bramia de dor mas não tinha hipóteses de lutar contra tantos, e a violação consumou-se mesmo, durante uns bons cinco minutos, em velocidade crescente e culminando com uma descarga de esporra à entrada do olho do cu.
– Assim fica já lubrificado!
Exausto, o violador ainda deu meia dúzia de sacudidelas dentro do cu do outro, posto o que puxou a narça para fora. Estava vermelhusca e pingava…
Assim que saiu da posição, outro o substituiu, iniciando uma nova violação. Esporrado como estava, o caminho era agora mais fácil de penetrar…
– Desliza que é uma limpeza! – riu-se o novo perpetrador.
Um por um, todos o enrabaram, indiferentes às queixas do corpo que trespassavam e que, a partir de dada altura, se resignara a um abandono lamurioso.
Até que chegou a minha vez... Hesitante, disse que estava bem assim.
– Aqui, o que um faz fazem todos! – ameaçou-me o mais velho. – Ou o fornicas ou terás que te haver comigo!
Então, num gesto dramático de inspiração, peguei na vela e elevei-a à altura dos olhos. Com um ar cavernoso, disse:
– Contigo e mais quantos?
A imagem devia ser terrorífica, pois vi alguns deles engolirem em seco.
– Eu gosto de foder mulheres que gostem de foder, seja na cona ou seja no cu. – exclamei. – Não gosto cá de coisas contra vontade.
Apaguei a vela com um sopro e saí. Ninguém me seguiu e no dia seguinte todos fingiram não me ver. Provavelmente, teria que passar os próximos dias a olhar sobre o ombro, mas não estava demasiado preocupado. Quem faz o que eles tinham feito não era mais que um cobarde!
Depois do que tinha visto, mais me apetecia esfodaçar mulheres com grandes tetas, e mais disposto estava a encontrar o caminho para as delícias marítimas das cozinheiras…
Mas tenho que admitir que o episódio foi bastante revelador sobre as práticas que se desenrolavam naquele universo fechado, que iria ser a minha nova casa durante os próximos anos. Deixou-me de sobreaviso e um tanto ou quanto assustado, pois tinha tudo para se tornar um suplício.
O mais provável é que o tivesse sido mesmo, não se desse entretanto o caso providencial de travar conhecimento com Rodolfo, o jardineiro do Seminário, que ali vivia há mais de 10 anos. Dele vos falarei no próximo capítulo…
Armando Sarilhos
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 1: O latim também alimenta
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 2: A magia do confessionário
- Memórias eróticas do padre Novais - Capítulo 3: Um padre Núncio e uma avé Maria
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com