10 juillet, 2020 Problemas Mentais. Eu tenho!
Ainda existe preconceito com respeito a este tema e muitas pessoas acham que é coisa de maluco!
Tema complicado com um título forte! Mas há temas que têm de ser abordados e de forma clara. Durante o período de quarentena do qual ainda não saímos totalmente e não sabemos se teremos de retomar a um confinamento mais rígido, existiu um aumento de casos de suicídio e o agravamento de problemas mentais...
E isto aconteceu por várias razões - cancelamento do acompanhamento médico, descontrolo na toma de medicação, isolamento social, medo, demasiado tempo para pensar e muito mais...
Ainda existe preconceito na sociedade com respeito a este tema, muitas pessoas ainda acham que problemas mentais é coisa de maluco, é uma vergonha ir a um psicólogo ou psiquiatra.
É difícil para nós próprios assumirmos que temos um problema.
Durante a pandemia existiu também um aumento de profissionais do sexo a querer abandonar a actividade, claro que a quebra financeira terá sido a principal razão, mas depressões, esgotamentos são factores que tiveram impacto nessa decisão.
Como já sabem, eu sou um autêntico poço de defeitos! Também tenho qualidades, mas aqui por vezes é bom mostrarmos o nosso lado mais frágil para que quem o sinta perceba que não é único e não é errado.
Os meus problemas mentais começaram quando eu tinha 21 anos. Sem nenhuma razão aparente comecei a ter sintomas de enfarte, fui várias vezes de urgência para o hospital , fiz muitos exames, consultei os mais diferentes médicos e os diagnósticos eram sempre stress.
Durante um ano, andei às voltas sem perceber o que tinha até que ultrapassei o preconceito e resolvi consultar um psiquiatra e, ao fim de algumas consultas, foi-me diagnosticado «Agorafobia- Com ataques de pânico» - para quem não sabe o que significa é fobia extrema de espaços públicos, multidões, por aí fora, é um medo irracional que desponta crises de ansiedade com sintomas semelhantes aos de um enfarte.
Perante este diagnóstico, comecei a tomar medicação, psicanálise, terapia de grupo e outras técnicas que fui conhecendo para tentar melhorar.
Ao longo de muitos anos tive altos e baixos, em períodos mais graves estive refém da minha casa e necessitei de internamento numa clínica especializada.
Somos seres humanos com qualidades e defeitos - há que assumi-los.
Eu acredito que trabalhar na actividade do sexo a longo prazo pode causar ansiedade, depressão, apesar de recorrentemente as profissionais dizerem que não e terem uma necessidade de demonstrar que estão sempre bem e que gostam do que fazem, que se sentem bem com o que fazem - acredito que é muito show off e que a realidade é bem diferente daquela que deixam transparecer.
Por alguma razão muitos profissionais recorrem ao uso de estupefacientes, álcool, entre outros, de modo a aguentar e camuflar o abismo emocional em que se encontram.
Não é vergonha ter um problema e procurar ajuda, existem muitas associações e profissionais com técnicos prontos a ajudar.
Não se deixem cair no abismo!
Bom fim de semana,
www.tugaeriscam.com
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