15 mai, 2020 Como tratar os homossexuais
Parece estranho escrever sobre isto. Nos tempos de hoje, já não deveria ser tema.
A verdade é que o preconceito e a homofobia ainda existem! Frases como «Prefiro ser mulherengo do que homossexual», «Dou-me bem com esse tipo de pessoas», «Tenho amigos assim!» têm circulado nas redes sociais e magoam quem as lê. Ainda para piorar, temos os «Reis» da net que aproveitam o anonimato para serem mais críticos e levaram os comentários a um outro patamar.
O facto de a Constituição Portuguesa ter claramente no artigo 13 que é proibido qualquer discriminação com respeito à orientação sexual de cada um e o facto de o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser, actualmente, legal em Portugal, proíbe e pune este tipo de comentários. Mas ser ilegal não muda mentalidades, até porque isto só existe há meia dúzia de anos.
Será necessária uma renovação das gerações e alterações no modo de educar para que passe realmente a ser aceite por todos e não só tolerado por alguns, como acontece agora.
Pegando no título! Como se deve tratar um homossexual?
Da mesma forma que se trata qualquer heterossexual. Afinal, somos todos iguais e não importa com quem se faz sexo, quem amamos ou quem é o nosso companheiro.
Vivemos numa sociedade livre, em que cada um faz o que quer da sua vida!
Se me perguntarem se sou hetero ou lésbica ou bi, eu, simplesmente, recuso-me a responder a essa pergunta e a ter algum tipo de rótulo porque sou bem mais que um rótulo ou uma orientação.
Podem-me dizer: mas ser homossexual ou heterossexual é algo com o qual se nasce e tem a ver com cromossomas e uma data de merdas científicas que tornam a sua orientação irrevogável! Eu respondo, sim, verdade, têm toda a razão, mas impor a que uma pessoa se assuma leva a que de, alguma forma, ela tenha que optar por um caminho - e se para alguns isso é algo claro para outros não é.
E sim, usei a expressão optar e posso explicar com o meu exemplo...
Quando iniciei a minha sexualidade, iniciei-a como hetero. Ao fim de 3 anos desse início, comecei a namorar com mulheres e fui logo confrontada com: "namoras com mulheres, és lésbica!" E fui pressionada a assumir-me como lésbica e a passar a viver no meio gay.
Quando me tornei camgirl, o meio gay diz que se me mostro para homens, sou bissexual, não sou lésbica, e com isto rebentou um mundo de incertezas na minha cabeça. Afinal, sou o quê?
Não sou nada!
Porque a sociedade não tem de me impor rótulo nenhum porque isso simplesmente não importa para nada.
Se gosto de homens, mulheres, trans é algo que só a mim me diz respeito e sou livre de fazer o que eu quiser.
Por isso, na minha opinião, as pessoas são pelo carácter de cada uma e não por orientações.
Se as pessoas se preocuparem apenas com a sua vida e deixarem a vida dos outros em paz, isso sim, é uma atitude correcta e a vida vira um paraíso.
Se não és chamado a abanar o colchão, não opines na vida do teu colega.
Diferentes formas de ser diferentes formas de amar!
Bom fim de semana!
Tugaeris
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