11 septembre, 2015 A fantasia da realidade
Ou a insustentável leveza de perder...
Passar de uma fantasia a uma realidade. A um ato. Passar da cabeça de cima ao ato com a cabeça de baixo, num momento planeado de antemão ou simplesmente fruto do acaso... Qual é a sensação?
Fantasiamos desde que nos lembramos de sonhar, de desejar e de ter aquilo que na mente é perfeitamente possível mas que na realidade não passa de um momento de olhos fechados à noite na cama. A ver o vídeo na net. A olhar para a amiga da namorada. Para a mãe do amigo.
E assim crescemos alimentados por um irreal que queremos real. Queremos? Até que ponto queres fazer aquilo que te satisfaz da mente até à mão direita?
E não estou a falar da merda de ideia de fazeres amor à beira-mar ou num sítio público. Foder a melhor amiga da namorada. Comer as duas, se possível.
Que se comam as duas. Que as aches em casa vindo do trabalho e seres totalmente apanhado desprevenido com dois olhares lascivos de quem já te tinha planeado comer antes de tu saberes. Que a tua namorada te sorria, pegue na mão e passe no rosto enquanto a amiga se ajoelha de olhos pregados em ti a morder o lábio inferior e tudo corre como sempre sonhaste. Que não seja preciso falar porque todos sabem o que fazer.
E isto mexe contigo, mexe comigo, mexe com qualquer homem. Mas acontecerá? Nestes moldes exatos, totalmente como imaginas na tua mente? Não sei. Não sabes.
Vamos pôr em hipótese que sim por um momento, vamos equacionar aqui eu e tu que despertou uma veia nela para isso acontecer.
Na tua cabecinha aquilo já tinha acontecido dezenas e dezenas de vezes, por inúmeras vezes aquela imagem surgiu na mente e te fez vir e espernear na cama quando aproveitas ela estar no duche para teres o teu momento. Por dezenas de vezes não pensaste em nada mais que o ato em si e de como tudo iria desenrolar.
E agora? Agora que estás frente a frente e pensas demais. Será que consegues dar conta delas? Qual será a razão da amiga ter alinhado?
Logo contigo, que sempre desconfiaste que ela não te gramava... Passamos assim do pensamento lascivo para um segundo de pensamento lógico em que o que deveria ser espontâneo é agora um quebra-cabeças racional. Pode acontecer como não pode.
Mas vamos supor eu e tu novamente que até és um gajo que separas as coisas e tens um savoir faire nestas situações de invejar, um à vontade só ao alcance de poucos. Sorrisos de satisfação, duas piadas e uma porta bate seguido de o som de uns saltos a descer umas escadas.
Estás com ela agora a sós e impera o silêncio entre ambos. Ela está demasiado séria e pensativa, uma expressão que não conhecias e começas a pensar demais. O que será que ela está a pensar?
Será que gostou demais de comer a amiga e agora duvida do que sente por ti?
Será que por outro lado pensa o que é que tu estarás a sentir pela amiga depois de os três se terem perdido uns nos outros no sofá da sala, em que ela te viu a comer a amiga por trás de olhos fitados nos teus enquanto se tocava a olhar para a tua expressão e o que na altura foi encoberto pela tesão dá lugar agora à realidade?
Mas vamos supor até eu e tu que ambos souberam gerir a situação no pós-clímax e está tudo como antes. Perdeste uma coisa e nem reparaste. Perdeste algo que te acompanhava há anos desde que te lembras de desejar, desde que te lembras de a querer concretizar.
Perdeste a fantasia. Ganhaste a realidade.
Qual é a sensação?
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Noé
Trintão miúdo de coração ao pé da boca. Perdido em fantasias concretizadas e concretizáveis apenas preso por amarras do anonimato. Relatos passados de opinião libertina é um santo pecador por excelência.