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13 December, 2018 Fui ao Tinder

Encontrando-me em regime de sequeiro no âmbito da foda, decidi experimentar o Tinder.

Antes de começar a nossa historinha, há duas coisas que devem saber sobre mim. A primeira é que sou um gajo à antiga, do tempo em que os homens tinham pêlo na venta e as mulheres tinham pêlo na cona.

Fui ao Tinder

A segunda é que, apesar de os meus princípios morais só encontrarem paralelo com o meu cacete em termos de rigidez, sou uma pessoa que gosta de experimentar quase tudo pelo menos uma vez na vida. E digo “quase” porque, relativamente ao tema fracturante do dossier do cu, traço o limite no “dedinho maroto” e para mais que isso não contem comigo. Como dizia o outro, não tenho nada contra nem a favor, a mim é que não me dá jeito...

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Foi com esse espírito aberto que, num destes dias, encontrando-me em regime de sequeiro no âmbito da foda há vários meses, decidi experimentar o Tinder.

A primeira coisa que percebi é que há muita controvérsia sobre o serviço prestado por esta plataforma. Segundo um grupo de colegiais que ouvi numa numa loja de lingerie (e não, não vou dizer o que estava a fazer às 9 da manhã numa loja de lingerie), o Tinder “é um sítio giro para conhecer rapazes”. No entanto, o Zé Maria, que é um grande amigo meu da minha terra, que está sempre bêbado e é um ás ao volante, diz que é “um bom site para papar gajas”

Com tantas versões contraditórias, decidi que o melhor era tirar a coisa a limpo por mim próprio.

De início, devo confessar que me senti um bocado estúpido, como a minha ex-namorada quando se punha a olhar para o guarda-fato. Passei uma, passei outra, passei mais uma, passei mais outra, até chegar à conclusão que não tinha nada para despir.

Mas depois fui à casa de banho, dei três sacudidelas no badalo e percebi, pelo seu olhinho esmorecido, que me estava a armar em esquisito. Às vezes sou um bocado centrado em mim mesmo e esqueço que há outros órgãos no meu corpo que precisam da minha atenção, como o coração ou os colhões. Se não o fazia por mim, devia-o pelo menos a eles. E com esta filosofia na ponta, as coisas animaram logo. Dez minutos depois, tinha um café combinado com uma Alice de 44 anos, divorciada, do Barreiro.

Liguei à minha ex-namorada a dizer que não contasse comigo para jantar e fui ter com a Alice a um desses novos snacks da moda, com cada cadeira de sua cor e feitio, onde os copos são frascos de maionese e os pratos pedras de xisto.

Senti-me logo em casa, porque fez-me lembrar quando eu era criança na minha terra e íamos para um monte abandonado onde as cadeiras tinham 3 pernas (como eu quando me vejo ao espelho) e cheirávamos cola em frascos de diluente e comíamos latas de atum em cima dum bocado de laje. Quando digo “comíamos latas de atum” estou mais a falar do Zé Maria. Eu comia o atum, ele é que comia as latas. Uma coisa fina, portanto.

Geralmente, nestes sítios trend dão tanta importância ao design que não lhes sobra tempo para se preocuparem com a comida. Mas não era o caso. Não tinham latas de atum, o que era um bocado anti-clímax, mas compensavam noutras petiscadas. Quando a Alice chegou, atrasada como é próprio das gajas com a mania, eu estava deliciado a sorver uma salsicha bávara e a mastigar uma cerveja dos Alpes. Ou o contrário, já não me lembro.

Demo-nos logo bem. Ela era uma mulher feita, nada dessas miúdas cheias de comichão no grelo mas também com muita confusão na cabeça. Alice sabia o que queria. E não queria salsicha bávara.

Segundo me disse, era vegetariana, por isso trabalhava como secretária administrativa de uma empresa de autocolantes. Mas tinha outros interesses igualmente estimulantes na vida, tais como coleccionar selos fiscais ou assistir a maratonas de macramé no canal público da Ucrânia. Recentemente também tinha experimentado Tai Chi, mais para conhecer “senhores educados”, mas aquilo metia muitas vénias e namastes e percebeu que a mãe não tinha criado uma filha no Mogadouro para acabar nessas modernices. Eu, como sou do Algarve, percebi o que ela queria dizer.

Aproveitei a deixa para lhe perguntar como conseguia conciliar o vegetarianismo com o facto de ser touro com ascendente de carneiro, que era uma curiosidade que me estava a queimar a língua. Ela respondeu que os touros e os carneiros comem erva. Eu pensei: “Quando não estão a comer ovelhas...”. E foi aí que a magia aconteceu!

Demos um beijo mais ou menos ardente e trocámos as primeiras palavras doces:

– Para a próxima experimenta tirar o palito primeiro – disse ela.

Ao que eu respondi:

– Tens couve lombarda no canto da boca.

Portanto, o tipo de coisas que só se diz quando há verdadeira intimidade.

Uma vez que estávamos nesse registo, decidi levar a relação para o próximo patamar. As mulheres adoram que lhes façam perguntas, que se interessem por elas. Um homem bem-sucedido com as mulheres é o que tem a sensibilidade de perceber isso. Vai daí, perguntei-lhe:

– Então, há quanto tempo não fodes?

Ela ficou muito vermelha e, após uma pausa um bocado desconfortável, disse:

– O que te leva a pensar que há muito tempo não faço… isso?
– Estás no Tinder… Tens cara de fome... És vegetariana…

De repente deixou de estar vermelha e ficou branca como a cal.

– Bem, divorciei-me há dois anos... Mas o meu marido era uma pessoa muito… “educada”, por isso não fazíamos… isso… muitas vezes. Na verdade, ele não tinha muito jeito…

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– Dois anos sem levar com a pateira? Foda-se, deves estar a trepar pelas paredes! Por isso é que estás tão branca!
– Quem sabe…
– Sei eu! Temos que tratar disso! Já vi que não estás virada para a salsicha da Baviera, mas quando te apresentar uma bela duma chouriça de Loulé até te vais cagar!

Aproveitando esta atmosfera romântica, convenci-a a dar um passeio por um dos bairros típicos de Lisboa. Duas ou três tabernas depois, senti que estávamos rapidamente a queimar etapas, por isso propus:

– Olha, e se fossemos jantar a tua casa?
– Jantar? Mas ainda agora acabaste de lanchar…
– Podes cozinhar e no fim lavas os pratos.

Eu disse-vos que sou um homem à antiga.

– Se pões a coisa nesses termos…
– Eu prefiro pôr a coisa na cona, mas tu é que sabes.

Quando quero sei ser irresistível, e 25 minutos depois estávamos no apartamento dela na Graça.

Assim que entrámos ela disse-me para ficar à vontade, mas entretanto eu tinha tirado os sapatos e ido para o sofá da sala fazer zapping, por isso não a ouvi.

Fiquei a ignorá-la um bom bocado, porque as mulheres adoram que um gajo as ignore enquanto elas descascam batatas na cozinha. Até que deu um anúncio de iogurtes na televisão, ou de pensos higiénicos, já não sei (são sempre muito parecidos) e decidi passar à acção. Estava na hora de espalhar o charme e as batatas já deviam chegar.

Levantei-me, fui por trás dela sorrateiramente e encostei a minha ficha macho às redondezas das suas fichas fêmeas. Para quem não sabe, isto é gíria de electricista, que é o meu emprego alternativo, ou seja, quando não estou desempregado.

Sobressaltada, Alice soltou um pequeno gemido de surpresa. Foi quando vi que a torneira do lava-louça estava a correr e tive a inspiração súbita de molhar as mãos no jacto de água. Então, agarrei-lhe as mamas e comecei a apalpá-las com vigor.

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Ao sentir aquele contacto, ela deixou escapar um gemido maior e olhou para mim com lágrimas nos olhos. 

– Ena, isso de não ter cacete para fuçar na rata mexe mesmo com as mulheres, não é? – comentei com a minha voz mais sedutora. – Qualquer coisinha e ficam todas agradecidas… Confessa, estás emocionada por me teres conhecido, não estás?

A estas horas já perceberam como eu sou intuitivo com as mulheres.

– Não, estou a cortar cebolas. – respondeu ela, a armar-se em forte.

Sem sair da minha posição estratégica, torci-lhe o pescoço como a menina do exorcista e comecei a beijá-la com paixão. No entanto, tive que parar logo a seguir porque então era eu que estava com os olhos marejados de lágrimas.

– Porra, que essas cebolas são ásperas! – disse-lhe com ardor, sobretudo nos olhos.

Mas não deixei, ainda assim, de lhe apalpar as mamas, que estavam de mamilos em pontas.

– Tens umas mamas boas. Pareces uma leiteira. Deixa ver o cu…

E desci uma mão para lhe apalpar uma nalga de cada vez. Ela gemeu outra vez:

– És um bocado bruto!
– Gostas?

Devia gostar muito, pois nem encontrava palavras para me responder.

Eu esmagara-a contra a bancada, já com o caralho bem teso a querer furar por ela adentro, beijava-lhe o pescoço e apertava-lhe um mamilo. Com a outra mão, puxei-lhe a saia para cima e as cuecas para baixo, e comecei a esfregar-lhe o rego, que estava quente como uma lagosta suada.

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– Estás molhada ou estás contente por me veres? Diz a verdade, eu deixo-te dura não deixo?

Pareceu confusa com a minha pergunta.

– Não… – disse por fim. – Deixas-me mole.
– Deves ter uma fuga de gás. Queres que acenda uma vela e ponha uma musiquinha para ver se espevitas?
– Não, estúpido! Enfia-me os dedos!!
– Não precisas de ofender, vaca! – respondi, aproveitando a deixa para a agarrar pelos cabelos e lhe meter a cabeça dentro do lava-louça.

Gosto quase tanto de mulheres como gosto de dobrada, por isso ela estava na minha posição favorita.

Assim posta a jeito, enterrei-lhe o nariz dentro do rabo. Se estão a pensar porque é que eu fiz isto, é porque o meu pai sempre me disse para nunca comer sem cheirar. E porque, depois das pilhas alcalinas, o cheiro a rabo é o meu preferido. Logo a seguir vem a gasolina, e juro-vos que, quando ela se bufou por causa das cócegas da minha penca no olho do cu, senti uma mistura desses três odores penetrar profundamente nas minhas narinas… Não restavam dúvidas de que havia química entre nós!

– Ai, porco!!

Fiquei tão feliz com o seu derrame tóxico que festejei dando-lhe umas boas bofetadas na peida.

– Ai, besta!!
– Está a caminho, bebé.

A seu pedido, levantei-me e espetei-lhe com a besta na cona. Ela começou logo a guinchar como uma viúva grega.

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Dei-lhe três ou quatro pateiradas vigorosas, como elas gostam, e perguntei, só para confirmar:

– Estás a gostar?

E antes que ela respondesse, sem sequer a avisar, vim-me como um bezerro dentro dela!

As mulheres adoram surpresas e vi pela cara dela que a tinha conseguido surpreender mesmo a sério.

– Foi bom, não foi bebé? Estás satisfeita agora? Depois disto, podes passar mais dois anos sem levar com ele!

O que se passou a seguir aconteceu muito depressa. Lembro-me de ver os seus olhos vidrados e de ela dizer…

– Só podes estar a gozar!!

…antes de a frigideira das cebolas voar na direcção da minha cabeça e a minha mente viajar para um universo paralelo, escuro e cheio de estrelas.

Acordei não sei quanto tempo depois, atado pelos pés e pelas mãos na cama da Alice. Ela estava toda nua, curvada sobre a minha cintura, a chupar-me o caralho.

Ao notar o meu despertar, disse, com olhos sanguinários:

– Agora sim, vamos ter uma refeição como deve ser!

Eu estava ainda bastante aturdido da marretada na cabeça e nem percebia bem onde me encontrava.

– O que é que se passa? Espera lá… Eu conheço-te. És uma vampira vegetariana da Baviera!
– Vampira é a puta da tua tia! O que se passa é que, pela primeira vez na tua vida, vais foder como um homem! E eu, pela primeira vez na minha vida, vou ser fodida como uma mulher! E sabes a que se deve este milagre? – perguntou, apontando para o meu pau, que estava teso como um ferro. Mal o reconheci!

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– Tcharam! Viagra!

Mostrava a caixa do medicamento como uma escuteira a exibir as cuecas com o primeiro período, como se fosse uma bandeira.

– Viagra…? Mas… já tomei isso tudo? Olha que ainda me arranjas uma overdose!
– Pode-se arranjar, mas eu quero que tu te fodas. Ou por outra, quero que tu me fodas!

Tirou o último comprimido azul duma lamela que, desse modo, ficou vazia, e ordenou:

– Toma mais um.

Virei a cara e tentei fechar a boca, mas Alice torceu-me os mamilos e, quando gritei de dor, enfiou-me o comprimido directamente nas goelas. Depois fechou-me a boca e apertou-me o nariz, para me forçar a engolir.

– Cuidado, não te engasges já, olha que tens muito que fazer… – disse, aproximando a cona da minha cara.
– Abre a boca. Abre a boca, meu grande estúpido! Abre essa bocarra já ou arranco-te a picha à dentada!!

A cara dela não inspirava confiança nenhuma e, cheio de medo, fiz o que ela mandou. Acto contínuo, começou a mijar servindo-se da minha boca como um penico.

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– Engole o xixizinho todo para o comprimido ir para baixo. O que é preciso é que ele chegue cá abaixo!

Ainda acocorada em cima de mim, agarrou-me no caralho com força e brincou com ele como se fosse a maçaneta das mudanças.

Quando acabou de mijar, sacudiu a peida e esfregou a cona no meu nariz para a limpar. Cheirava a migas de paloco envinagrado.

– E agora, meu grande estupor, chegou a hora de aprenderes como se trata uma mulher. Quando voltares para a tua terra vais ser um verdadeiro gentleman, vais estar mais instruído que o Zezé Camarinha!

E dito isto, enterrou a cona no meu caralho e desatou a cavalgar em cima de mim como uma amazona tresloucada.

– Se queres deixar uma mensagem para a posteridade aproveita agora, porque não sei como estarás daqui a bocado… – disse, mais a arfar do que propriamente a falar. – Porque aconteça o que acontecer, só sais daqui depois de me dares uma overdose de orgasmos! Nem que demore uma semana! Está descansado que tenho ali mais Viagra. E se ainda assim te fores abaixo, tenho aqui uma coisinha para ajudar…

E, sem deixar de me montar, esticou-se para apanhar qualquer coisa que tinha ao lado da cama: era um caralho de borracha gigantesco, caucasiano de tez mas luso-africano de extensão, com uns bons 20 centímetros de comprimento e uns 10 de largura!

– Diz olá ao teu novo “amigo”! Olha bem para ele… Estás a vê-lo? Meto-to pelo cu até te sair pela ponta do caralho! Quando acabar contigo nem no sofá te vais conseguir sentar…!

E deu uma gargalhada diabólica.

Espero que aqueles que leram esta história saibam retirar dela a lição que lhes quero transmitir: o Tinder pode ser uma coisa boa para conhecer rapazes ou papar gajas, mas envolve perigos reais. Pode mesmo dar-se o caso de, depois de um encontro, não nos conseguirmos sentar durante uma semana, o que é uma pena porque estamos a desperdiçar mobília.

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Por isso, se andarem à procura duma cona para descarregar o vosso mel de abelha-macho, ponham-se a pau com a Alice. Ou melhor, fujam com o pau da Alice!

No mínimo, tenham atenção a gajas que coleccionam selos fiscais.
Depois não digam que não avisei.

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

Armando Sarilhos

O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.

Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.

Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com

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