PUB

22 July, 2019 Encontrei-te...

Aquela conversa foi um desatino...

Todos nós passamos por momentos em que queremos desistir. Desistir do trabalho, desistir da relação amorosa, desistir de acordar no próximo dia. Simplesmente desistir de tudo e mais alguma coisa. Tudo porque não temos onde nos apoiar, por isso prendemos o nosso verdadeiro eu numa jaula e deixamos sair o sósia e deixamo-lo sorrir, quando só nos apetece é desaparecer.

Encontrei-te...

Trabalhava há vários anos naquela empresa com o Eduardo. Era um homem astuto, bem parecido e com uma boa lábia, no entanto ele não ia muito comigo mesmo quando tínhamos que trabalhar em projetos em comum.

Tentei de tudo para cair nas suas boas graças, mas nunca consegui tal coisa e depois do último jantar de empresa acho que tão rápido não me acenará de volta.

- Rui!

Os meus pensamentos foram interrompidos pela Mara.

- Ah! Olá Mara... Estás boa?
- Que se passa Rui? Não estás com boa cara! - pergunta-me intrigada.
- Nada. Que precisas? - respondi-lhe secamente, pois naquela manhã não me apeteciam conversas fiadas.
- Queria falar-te do projecto que temos com a empresa náutica.
- Sim, claro.

Os meus pensamentos negativos foram diluindo ao longo da manhã ao falar com a Mara sobre o dito projeto que só me tinha trazido noites mal dormidas.

Aproximava-se a hora de almoço quando o meu telefone vibra. Uma mensagem.

- Que se passa? - pergunta-me a Mara ao ver que fiquei petrificado a olhar para o ecrã.
- Recebi um e-mail de quem não era suposto receber. Apenas isso. - respirei fundo.
- Mas tens a certeza que estás bem?
- Sim, falamos mais logo.

Saí calmamente do gabinete e fui respirando fundo até chegar ao gabinete do Eduardo. Porque teria pedido a minha presença tão urgente no seu gabinete?
Ao chegar ao seu gabinete bati à porta e esperei que me respondesse do outro lado. Coisa que não aconteceu. Bati novamente. Nada. Começei a afastar-me da porta até que se ouve a fechadura do gabinete a destrancar.

- Rui! - chama-me da porta – Entre, por favor. Tenho que falar consigo.

Entrei no seu gabinete com um pouco de receio. O que seria que ele me queria?

- Sente-se por favor. - indicando-me um cadeirão para me sentar - Quer beber algo? - pergunta-me enquanto enche um copo de whisky.
- Não, obrigado. Não bebo antes do almoço.
- Rui, não o tomava por um homem assim! - responde-me com um sorriso na cara.

Após encher o copo começa a dirigir-se até à secretária.

- Rui... - começa por dizer, mas faz uma longa pausa enquanto bebe o seu copo - Sabe, eu não o trouxe aqui para falar de trabalho.
- Ai não? - fui apanhado de surpresa com aquela questão.
- Não, Rui. - senta-se na secretária, bem perto de mim – Sabe, sempre estive de olho em si.
- Ai sim? - continua a apanhar-me de surpresa.
- Sabe, houve algo em si que me chamou à atenção.
- Mas.. o jantar da empresa...

Aquela conversa foi um desatino. O meu mundo andava às voltas. Não conseguia acreditar no que estava a ouvir. No meio da conversa depois de já me ter colocado a mão no ombro, coloca agora uma mão no meu joelho e fala bem junto da minha cara.

Como não estava a entender o rumo daquela conversa questionei-o sobre a sua vida pessoal, uma coisa que ambos não sabíamos um do outro. Ele apenas se reencostou para trás, mostrou-me a fotografia da família que tinha sobre a secretária, mas muito rápido encerrou essa conversa e voltou a colocar a moldura no mesmo local mas agora virada para baixo.

Não estava a entender. O que é que um homem com uma vida feita, uma família espetacular, uma vida de invejar até o ser mais rico estaria a tentar insinuar?
Levantou-se e foi encher novamente o copo.

- De certeza que não queres um Rui?
- Não Eduardo, obrigado.
- Vá, só um copo antes de almoço.

O pior que deveria ter feito foi ter aceitado aquele copo. Pois, após um copo vem sempre outro.

Muito antes da uma da tarde o Eduardo foi até à porta do gabinete e trancou-a.

- O que está a fazer Eduardo?
- Tem calma, Rui.

Foi-se aproximando de mim. Até, que por fim, senti os seus lábios nos meus. Um beijo arrebatador, quente e desejoso. Ele agarrou-se ao meu colarinho da camisa e começou a desapertá-la rapidamente, estava com pressa, com urgência em acabar o seu acto carnal.
Nunca me tinham tirado a roupa tão rapidamente.

- "Que agilidade, meu Deus", pensei.

Ao despir-me as calças expôs de um movimento só o meu pénis erecto que estava aprisionado naquelas vestes. Colocou o meu sexo ardente dentro da sua boca sedenta e húmida. Que felácio! Que mestria que aquele homem tinha!

Aquele momento foi arrebatador. Nunca me tinha sentido tão desejado, tão satisfeito. Contudo, vinte minutos depois de tanta intensidade deitados no chão, com os corpos ainda em êxtase, ele levanta-se sem aviso prévio e eu fico pasmado, com um sorriso parvo na cara quando lhe digo:

- Eduardo, como é que tu...?

Mas ele interrompeu-me e disse-me secamente:

- Nem uma palavra disto.

Dirigiu-se para a porta, destrancou a fechadura e acrescentou:

- Agora, por favor, vá trabalhar.

Alexa

Alexa

Uma mulher com imaginação para dar e vender.
Sempre gostei de escrever, mas coisas eróticas... isso gosto mais. Levar um homem à loucura através de palavras e da sua própria imaginação. Como adoro...

PUB
blog comments powered by Disqus