23 November, 2023 4x4 - Capítulo 5 (Final)
Um por todos e todos por um!
Se leram os capítulos anteriores deste relato, sabem que cada um dos quatro intervenientes envolvidos (eu e a minha namorada Elsa, o Júlio e a sua namorada Júlia), uma vez aberta a “temporada de caça”, viveu os seus próprios episódios sexuais particulares com outro, ou outros, protagonistas...
Pode dizer-se que tínhamos uma relação aberta, mas mantendo uma certa discrição, que unanimemente considerávamos de bom tom. Ou seja, não é que tivéssemos razões para esconder as respectivas aventuras entre nós, mas também não víamos necessidade de andar a apregoá-las aos quatro ventos. Claro que isto não significa que não soubéssemos o que se passava, se não no pormenor, pelo menos no geral das coisas...
Para dar um exemplo, tanto eu como o Júlio sabíamos perfeitamente que “as nossas meninas” se tinham já encontrado várias vezes, ansiosas por explorar as suas recém descobertas aptidões lésbicas... Elas não o escondiam, mas também não se vangloriavam.
Mais do que uma vez, a Elsa chegara a casa a cheirar a cona por todos os lados, e eu sabia, porque a conhecia bem, que não era o cheiro dela. Mesmo esbatidos por cremes e sabonetes, eram distinguíveis os eflúvios vaginais que lhe impregnavam as faces, denunciando que passara a tarde com a cabeça enterrada no meio das pernas doutra gaja.
Percebia-o mal ela se aproximava de mim para me beijar, mas se eu lhe perguntava, nunca se descosia:
– Cheiras a cona.
– Normal, não? Tenho uma...
– Na boca? Daqui a bocado vais-me dizer que és a Linda Lovelace e tens o clitóris na garganta, como no filme "Garganta Funda"...
Ela ria-se e não confirmava, mas também não desmentia.
Também calculava que o meu melhor amigo e a namorada dele andassem em jogos de sedução com a minha namorada - parvos seriam se não o fizessem! “Um por todos e todos por um”, poderia ser o novo lema das nossas depravações, depois do “Todos ao molho e fé em deus” ter ilustrado bem os inícios do nosso postalinho grupal.
Mas, como disse, estas eventualidades correspondiam aos episódios protagonizados por eles e, se assim o desejarem, eles os contarão um dia. Pelo meu lado, vou cingir-me aqui àqueles em que eu próprio fui protagonista, quando não o principal promotor.
Depois de oferecer a minha mulher ao meu amigo, exigia o quid pro quo - que ele me oferecesse a dele.
Tenho que confessar que andava em pulgas com a ideia, desde a primeira vez em que chafurdara nas intimidades da Júlia, a proclamada rainha do broche, com as suas belas mamas grandes meio descaídas, a sua lábia gorda e pintelhuda e aquela língua porosa cheia de dedos.
Além disso, continuava frustrado desde a primeira vez que as apanhara a comerem-se na cama e, como se lembrarão, o Júlio depois entrou e estragou tudo. Mesmo que acabássemos por foder todos nesse dia, aquele convite para mergulhar no leito abundante de fressuras de duas mulheres em simultâneo, na minha óptica, continuava por cumprir.
Numa segunda-feira, recebi a notícia que esperava: o Júlio iria fazer uma longa viagem de trabalho e a costa ficaria livre. Liguei logo à Elsa:
– Arranja maneira de tirar a tarde de quarta-feira.
– Então?
– O Júlio vai para o norte.
– E então?
– A Júlia vai ficar sozinha em casa...
Aí percebeu tudo. Nessa noite, fodemos como animais, antecipando os prazeres que nos esperavam.
Terça-feira telefonei à namorada do meu amigo e disse-lhe que tínhamos que falar. Amanhã dava-lhe jeito? Dava sim senhor, nem de propósito, o Júlio ia para fora e ela planeava passar o dia em casa. Era alguma coisa importante? Muito importante, sim, disse-lhe eu, para brincar um pouco com a sua mente e desviá-la das minhas (nossas) verdadeiras intenções.
Na quarta-feira, à hora marcada, bati à porta e a Júlia recebeu-me de pijama cor-de-rosa. Tive que fazer um esforço danado para lhe tirar os olhos do rabo, em cujo rego o pijaminha de pelúcia se enterrava como a cabeça duma avestruz, dividindo-lhe as nádegas em duas grandes bolas de Berlim onde, se tudo corresse como previsto, mais tarde lhe haveria de despejar o creme.
Comecei logo a imaginar coisas...
Só pensava em baixar-lhe as calças felpudas, rasgar-lhes as cuecas ali mesmo e espetar-lhe o pau no primeiro buraco que me aparecesse à frente (desde que fosse atrás!), e tive que endereçar um post it mental a mim próprio a informar-me de que nem eu era um homem das cavernas, nem esse era o plano traçado, que consistia num ménage à trois com ela e a Elsa.
Se tivesse continuado a despi-la com os olhos e a ver coisas onde elas não estavam, em breve já nem me lembraria do nome da minha namorada...
Felizmente, tinha levado um six-pack de cerveja artesanal e começámos logo a beber. Notava-se que ela estava curiosa, mas eu fugia ao assunto, para a frustrar e perturbar.
Consciente do efeito que lhe provocava, comecei a dirigir a conversa para o flirt, de forma a deixar a semente para o que se seguiria. Como esperava, ela acusou o toque e, depois de uns quantos piropos picantes, pediu-me licença e foi ao quarto a pretexto de “se refrescar”. No código feminino, isso queria dizer perfumar a racha e vestir umas cuecas lavadas.
Aproveitando a aberta que me deu, saltei para a porta da rua e deixei entrar a Elsa, que estava à espera do lado de fora. A minha namorada entrou de mansinho e foi refugiar-se na casa de banho, sem que a Júlia notasse. Quando esta voltou à sala, retomámos a conversa, cada vez mais condimentada:
– Sabes, desculpa, não quero parecer grosseiro, mas... não tenho feito mais nada do que sonhar com a tua cona! Aquele cheiro, aquele sabor, aqueles lábios grossos que tens lá em baixo... Tiram-me do sério!
Ela sorria-me, coquete, os dedos a brincar com os cabelos e os olhos logo a semicerrar...
– A sério...?
– Nem imaginas! Ando sempre de pau teso a pensar em ti. Só sonho em chupar-te as mamas e em lamber-te a carpete, até ficar com pintelhos nos dentes...
Ela ria e continuámos neste registo até acabarmos com as cervejas. Voltou então a pedir-me licença para ir despejar a bexiga (era esse o plano das cervejas!) e dirigiu-se à casa de banho. Os dados estavam lançados...
Deixei passar uns segundos e fui atrás dela. Esperei até ela descarregar o autoclismo e, quando ouvi a torneira do lavatório, abri a porta e apanhei-a de repente por trás, baixando-lhe logo as calças do pijama e enfiando-lhe a mão aberta no meio das nádegas!
Ela deu um grito de surpresa, mas não recuou nem protestou, pelo que comecei a apalpá-la por todo o lado nas partes baixas. Com a mão aberta apanhava-lhe tanto a cona, que senti logo bastante molhada, como o cu, que beneficiava do contágio das humidades dianteiras. Sentia que tinha a mão enterrada numa terrina de tecidos moles, de onde emergiam suores quentes de carnes tenras cozinhadas a vapor...
Esfreguei-a toda até ela começar a gemer, de boca aberta e língua de fora. Sentia a mão toda besuntada pelas secreções que lhe saíam pelos buracos e quando lhe agarrei nas mamas vi que tinha os dois mamilos duros, espetados como pedras pontiagudas. Ainda bem que não usava soutien, ou arriscava-se a furar as rendas...
À frente do espelho podia ver as suas expressões de gozo, de fêmea abandonada ao prazer. E ao lado, a salvo dos olhares periféricos da Júlia, via igualmente a Elsa, que saíra do seu esconderijo atrás das cortinas do duche, já com a mão debaixo da saia e enfiada nas cuecas a masturbar-se.
Também a cara dela dizia tudo, estavam bem uma para a outra!
Quanto a mim, se duas gajas cheias de tusa e abertas a tudo não sintetizam o paraíso, digam-me vocês a vossa fórmula da felicidade...
Por esta altura, sentia o pau aos saltos dentro das calças, pelo que fiz a Júlia baixar-se e atirei-lho para dentro da boca. Começou logo a mamar, com aquela sua arte milenar que parecia controlar cada movimento de cada papila gustativa. Era como se tivesse a boca cheia de larvas esponjosas, que me massajavam o caralho numa harmonia uníssona e arrebatadora... Só me apetecia ganir!
Aí percebi que se não desse uma folga ia acabar por me esporrar já na boca dela, o que arruinava os meus planos de longevidade para aquela bela tarde de quarta-feira. Muito melhor que ver o Benfica, diga-se de passagem...
Assim, decidi introduzir na acção o “personagem mistério”. A Júlia estava tão on fire que nem manifestou surpresa pelo aparecimento da Elsa, que já despira os essenciais e se apresentava pronta para a tarefa em mãos.
As duas olharam-se por um segundo e no seguinte já tinham as línguas metidas na boca uma da outra. Abraçaram-se imediatamente e começaram a esfregar-se e eu fiz exactamente o mesmo, agarrei-me a elas, apalpei-as todas, apertei-lhes as mamas, os mamilos, os rabos, os regos, lambi-as, mordi-as e, finalmente, como que para estabelecer uma ordem naquele emaranhado de corpos e de caos, enfiei um dedo no cu de cada uma!
Penetrei-as assim durante longos minutos, a pontos de ambas começarem a perder a força nas pernas. Contorciam-se e agachavam-se como duas doidas, beijavam-se, lambiam-se e derretiam nas minhas mãos, aflitas de tesão!
Fui eu que peguei nelas e as arrastei para o quarto, para ganharmos espaço, e já na cama voltámos a emaranhar-nos todos num mar revolto de fendas e bundas, pernas e tetas, em cima das quais eu navegava como um caralho altivo na maré alta!
Acabaram as duas de rabo para o ar e voltei a sodomizá-las com os dedos, as duas ao mesmo tempo, passando depois para a masturbação das rachas escancaradas, que mais abaixo abriam e fechavam como boquinhas de peixe feliz.
As duas escorriam pelas pernas abaixo e só me cheirava a suor, a cona e a cu. Vieram-se ambas com a minha punheta dupla, única altura, aliás, em que intervalaram os beijos e amassos que iam prodigalizando entre elas.
Assim mesmo, nessa posição precária, as fodi primeiro e as enrabei (finalmente!) depois, variando enlouquecido entre os quatro buracos que se me ofereciam e sem lhes perguntar por onde as queriam! Os gemidos delas diziam-me que estava a trabalhar bem e não havia invejas acerca da atenção dispensada a uma e à outra. Senti-me um democrata.
A Elsa tinha-se preparado, pois sabia ao que ia, a Júlia nem por isso, pelo que por momentos vi o caralho acastanhado a sair-lhe e entrar-lhe pelo olho do cu. Nada que obstaculizasse, felizmente, o nosso desempenho, até porque fui o único que notou.
De todas as voltas e reviravoltas que experimentámos nos lençóis nessa tarde, a posição que me inspirou mais deleite foi quando as minhas duas amantes se entretiveram num inflamável 69, a Júlia de cu para o ar, deitada sobre a Elsa e a mamar-lhe a cona, e a minha namorada a reciprocar com a cabeça metida entre as pernas da amiga.
Aproveitando a deixa, fui por trás e enrabei novamente a Júlia (que delícia, meu deus!) e acabei por me vir, metade no buraco sujo da namorada do meu amigo, e a outra metade na boca da minha namorada, que por baixo engolia tudo.
Depois de comer a papinha toda, a Elsa não parava de se lamber, era óbvio que tinha apreciado a fusão de sabores, esporra, geleias de cona e extractos essenciais de cu bem fodido...
Como o Júlio só voltaria no dia seguinte, decidimos passar essa noite juntos. Ao fim dumas três horas de fodas, enrabanços, punhetas e orgasmos múltiplos, adormeci. Acordei com o sol a clarear o quarto e mal tive energia para ir à casa de banho.
As meninas, aparentemente, tinham continuado os seus jogos florais e deixaram-se dormir com a cabeça em cima dos papos de cona uma da outra, almofadinhas viçosas dos deuses da luxúria...
Esta sessão, de alguma forma, fechou o ciclo de possibilidades do nosso novo autoproclamado império. Tudo o que pudesse dizer mais sobre as práticas e experiências que efectuámos desde então, não seria propriamente redundante, mas não acrescentaria grandes novidades.
E assim sendo, termino aqui este relato das aventuras de quatro amigos, que se não inventaram a pólvora nem se converteram ao poliamor, tiveram ao menos a ousadia e a imaginação de ver pontes onde habitualmente existem os muros do que significa a “amizade”.
Façam os juízos de valores que quiserem, para nós é completamente indiferente. A verdade é que somos hoje mais amigos do que alguma vez fomos. E isto, simplesmente, porque tivemos a coragem, os tomates e os ovários, de acrescentar à nossa harmonia formatada um ingrediente secreto chamado “verdadeira intimidade”.
E depois disso, meus amigos, tudo o resto são histórias...
Armando Sarilhos
Armando Sarilhos
O cérebro é o órgão sexual mais poderoso do ser humano. É nele que tudo começa: os nossos desejos, as nossas fantasias, os nossos devaneios. Por isso me atiro às histórias como me atiro ao sexo: de cabeça.
Na escrita é a mente que viaja, mas a resposta física é real. Assim como no sexo, tudo é animal, mas com ciência. Aqui só com palavras. Mas com a mesma tesão.
Críticas, sugestões para contos ou outras, contactar: armando.sarilhos.xx@gmail.com